COMO A PRÓPRIA EDUARDA DIZIA "MÃE TU ÉS A MINHA ESTRELA CINTILANTE"
AGORA PASSOU A SER A EDUARDINHA, A ESTRELA CINTILANTE QUE BRILHA BEM DO ALTO DOS CÉUS

domingo, 19 de dezembro de 2010

Ainda sobre o triste 'poder' ilusório de impressionar...


Quem me conhece bem sabe o quanto aposto na simplicidade. Fujo das cerimónias, das representações de sorrisos e de status. O carro? Prefiro andar no meu dia-a-dia com o mais prático. As roupas? Uso as que me fazem sentir bem. O dinheiro? Tenho felizmente o que me proporciona as refeições necessárias e que me ...faz deslocar nalgumas viagens de lazer.
Na verdade, prefiro as pessoas que gostam de mim como sou integralmente. Não vivo para impressionar. Quem se abeira da minha vida sabe o que sou e o que tenho para dar. Quem se afasta, entendo bem as razões porque nunca conseguimos conquistar todas as pessoas. Somos únicos, irrepetíveis. Nunca no mundo haverá outro Ser como eu. Por isso, importa valorizar e Amar quem realmente optou trilhar perto dos meus caminhos. É para eles, apenas essas pessoas, que desejo chegar até ao fim da minha linha de vida. Tudo o resto foi paisagem que passou, vozes que se perderam, olhares que se apagaram e sentimentos que se tornaram disformes.
A vida é uma ponte e só alguns querem/podem atravessar comigo...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A triste ideia de impressionar


Vivemos no tempo da representação e na vontade desmesurada de impressionar. As pessoas recorrem a tantas estratégias para causar boa impressão nos outros, quase numa lógica de cabeça perdida, apenas para mostrar e se mostrarem…
Nos tempos difíceis que atravessamos, ainda é comum ver pessoas que teimosamente recorrem com frequência à roupa do último grito de moda, ao carro topo de gama, às casas enormes que mais não servem para mostrar imponência… Estes são apenas alguns dos exemplos mais flagrantes de uma sociedade pobre de ideias, órfã da cultura, numa escrita, leitura e interpretação paupérrima.
Por vezes, quem mais tem, menos mostra. São tantas as histórias de atrevidos, de pessoas destemidas dos fluxos e responsabilidades económicas. Brincam com o dinheiro, sem plano para pagamento certo. Esta é uma das explicações que nos conduziu às dificuldades actuais.
A culpa das crises não tem apenas a origem na classe política mas não podemos esquecer que os políticos também são cidadãos. Do seu exemplo, outros lhes seguem, com ânsia de ganhar, de ter, de retirar cada vez mais ao País, aos contribuintes que esforçadamente descontam os seus impostos. As desculpas dos políticos andam sempre rente à teoria dos mercados e dos seus operadores como culpados da situação que vivemos. Mas, como frequentemente digo, para o comum dos cidadãos, o que é isto de mercado? O que diz esta palavra ao trabalhador do campo, ao mecânico, ao pedreiro, ao sapateiro, ao pequeno comerciante? O mercado destes cidadãos são os seus micro-negócios, as suas tarefas diárias…
No contexto actual, seria bom que determinadas profissões fossem reguladas nos rendimentos que disponibilizam aos seus promotores. Jogadores de futebol, gestores de organismos/empresas de carácter público (e até privado), algumas figuras públicas de grande destaque, poderiam e deveriam ver os seus gordos rendimentos baixarem, moralizando e colocando alguma justiça para as assimetrias existentes. Com os afortunados fluxos financeiros das minorias, corrigiam-se as faltas graves que existem nas maiorias. Tem de haver uma lógica de partilha, de entregar mais a quem merece, a quem se esforça e faz para o engrandecimento do País.

domingo, 31 de outubro de 2010

Biblioteca José Saramago teve casa cheia com os meus amigos...




A Biblioteca José Saramago do Instituto Politécnico de Leiria encheu com a presença de muitos amigos para o lançamento do meu livro "Ancorar o Amor". Na noite de 29 de Outubro, falou-se de Amor como caminho de felicidade, de melhor percepção da vida...
Foi marcante juntar tantos amigos, seres que quiseram partilhar momentos de magia, de tanta entrega. Nunca pensei que a nave central da biblioteca, local de exposições, estivesse com tantas pessoas que se quiseram associar a mais este momento da minha existência... A todos, agradeço o carinho e amizade.

sábado, 30 de outubro de 2010

Amar é um património da vida


tTexto de Joaquim Santos, Biblioteca José Saramago do IPL – Instituto Politécnico de Leiria, 29 de Outubro de 2010, no lançamento do livro ANCORAR O AMOR.

Para todos uma boa noite.
Vou tentar ser breve nesta minha intervenção porque o que penso sobre o Amor está devidamente explicado neste livro ‘Ancorar o Amor’.
E, tentando explicar a motivação que me orientou nesta publicação, direi que foi o facto de perceber que vivemos cada vez mais entalados na ausência de sentimentos e da sua percepção. É talvez este um dos aspectos de maior importância.
Sabemos que o Amor é o caminho para percepcionarmos todos os outros sentimentos da natureza humana. Sabemos também que nesse sentimento de Amor, se pode amar uma outra pessoa, como um filho, uma outra pessoa numa relação amorosa, os restantes familiares, os amigos, mas também a terra que pisamos, um objecto especial que nos diz muito ou as tradições do meio em que habitamos.
Mas, na sociedade contemporânea, onde cada vez mais se vive individualmente, mergulhados num egoísmo absoluto, existe tanta gente que julga de forma errada que vive intensamente esse sentimento de Amor. Usa-se demasiado essa palavra mas não se vive o sentimento verdadeiramente. Emprega-se o termo Amar tão repentina e generalizadamente, como se fosse fácil atingirmos esse estágio.
Por outro lado, também existem tantas pessoas que vivem anos a fio, gritando bem alto a todos os que o rodeiam que amam, sem nunca terem vivido de forma autêntica o verdadeiro Amor. Andaram e andam anos a fio a enganarem-se e tantas vezes a enganarem quem os rodeia, numa experiência nunca vivida, mas muitas vezes desejada.

Mas, qual será a condição para verdadeiramente amar? Qual será o verdadeiro segredo que nos conduz a experimentar este sentimento? No meu entender, precisamos de cinco passos na vida para atingirmos o verdadeiro Amor.
A primeira condição passa pela humildade. Nenhum ser que se julgue superior, que se sinta muito mais do que aqueles o que rodeiam. O que olhar para os outros de alto para baixo, como se algumas pessoas fossem restolho, jamais sentirá o verdadeiro Amor.
A segunda condição consiste no dom do perdão. Ninguém é perfeito nos seus actos diários, no gastar do seu tempo. Quem não tolera o seu semelhante, jamais sentirá o verdadeiro Amor.
A terceira condição é ser-se solidário. Quem conviver com a inferioridade, com a dificuldade extrema, não conseguindo pelo menos tentar fazer algo para puxar pelo seu semelhante, jamais sentirá o que é o Amor.
A quarta condição está associada à tolerância. Não conseguimos perfeição em quase nada na vida, porque o Homem encontra-se num estado permanente de aprendizagem. Quem não souber aceitar as diferenças ou determinadas incapacidades do seu semelhante, jamais saberá o que é o Amor.
A quinta condição é Amar e reconhecer que somos infelizes sem esse sentimento. Existir com outras realidades sentimentais conduz o espírito ao fracasso, à infelicidade permanente. Entrando no íntimo de cada ser vivo, sabemos que só amamos existindo, só existimos amando. É com a humildade da primeira condição, o perdão da segunda condição, ser-se solidário da terceira condição, a tolerância da quarta condição, que chegaremos à meta da quinta condição. Se não correspondermos às quatro condições que vos apresentei anteriormente jamais chegaremos a vivenciar a quinta condição, o pleno Amor.
No fundo, a bem da verdade, bastam apenas quatro condições para se atingir o verdadeiro Amor. Mas, basta que uma dessas condições não exista em pleno para que não haja o Amor. Repetindo: humildade, perdão, ser-se solidário e tolerância.
Depois das cinco conquistas obtemos o Amor. Conseguimos perceber o que é a entrega incondicional. Ganhamos a capacidade de trocar o nosso prato de sopa, dando-o a quem mais precisa. Viveremos felizes com quem no dia-a-dia trabalha connosco. Saber-se-á o que é não desejar mal a ninguém. Não se saboreará com risada os azares dos nossos semelhantes… Poderão estar a perguntar porque vos digo isto?

Na verdade, penso que a indiferença e o individualismo são um dos problemas de fundo dos tempos actuais. A política, por exemplo, poderia ser uma das profissões mais nobres da sociedade. Mas, numa lógica de individualismo absoluto, com obreiros que se servem da causa pública apenas para seu proveito ou dos seus pares, tornou-se num dos mais graves problemas do contexto político do mundo.
Os políticos só vão servir bem quem os elege, se conseguirem desenvolver a sua missão com Amor à Pátria, às regiões onde são eleitos e à ética dos regimentos e legislação. Os políticos só vão servir em condições se colocarem no seu dia-a-dia o sentimento, se amarem os outros. Que legitimidade existe num político que só cuide dos seus amplos direitos quando a maior parte da sociedade sofre com a incerteza das reformas, com o corte sistemático dos seus elementares direitos? Quando é que um político pode pedir esforço e sacrifício a um cidadão, invocando dificuldades, se nas suas decisões e prática diária não abdica das compras de luxo, obras faraónicas ou costumes diários de despesismo? Onde está o Amor pelos que todos os dias sofrem com horários cada vez mais alargados de trabalho e com salários que nenhum político aceitaria para o seu desempenho? Qual seria o político que desempenha funções a tempo inteiro de trabalho que viveria com um salário mínimo português? Qual seria o Deputado, o Presidente da Câmara, os Vereadores???
Mas, se quiserdes outra referência à necessidade de Amar nas mais diversas actividades do dia-a-dia, eu vo-lo apresento. Um médico pode ser um especialista, um profissional de grande referência. Mas, esse especialista clínico, jamais será um médico verdadeiro se não tiver uma componente humana, amando quem sofre. Compreendo perfeitamente que pode até criar algum distanciamento com o doente porque corre o risco de carregar uma carga emocional demasiado grande. Mas, uma palavra, um carinho, um conforto, são indispensáveis e essenciais para um qualquer profissional de saúde. Nenhum médico é bom médico sem a componente da compreensão e ajuda. Desempenhar apenas as funções que aprendeu no seu curso, é incompleta terapia, uma falível intervenção clínica. No fundo, sem amar, um médico não é um bom profissional. Ao amar o que faz, amará igualmente o seu paciente.

Este livro é uma viagem. Uma abordagem também... Desvenda-nos ao longo das suas páginas algumas definições do Amor e no seu final demonstra-nos através de um conto, como se pode ser tão feliz com muito pouco.

Desafia-nos igualmente a perceber melhor os outros. Tudo e todos têm explicações para as suas atitudes diárias, para o conjunto de acções e palavras que nos soletram e modificam. Tudo tem um sentido, uma lógica…

O amor é o único caminho possível para cruzar o destino que nos está traçado. A história das nossas vidas vai se desvendando, vivendo passo-a-passo. Sem esse sentimento máximo da condição humana somos seres incompletos, rastejantes na poeira, não deslumbrando o brilho da natureza e do mundo que nos rodeia.

Termino com as crianças. Se realmente quisermos amar, falta uma condição indispensável. Sermos atentos observadores das criancinhas. São esses seres tão pequenos mas tão grandes na sua dimensão sentimental, que nos mostram em todos os momentos como se consegue amar, da forma mais pura e genuína. Muitas vezes não se aprende a amar com os adultos. É com as crianças que se recolhem as bases fundamentais.

Muito obrigado.
Joaquim Santos

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Ancorar o Amor

No dia 29 de Outubro, pelas 21h30, no IPL de Leiria (Biblioteca José Saramago) vou lançar o livro 'Ancorar o Amor'. Conto consigo.


SOBRE O LIVRO: "O conteúdo desta publicação é uma viagem profunda aos vários tipos de Amor que o ser humano pode experimentar. Toca fundo nas sensibilidades de cada um, numa perspectiva de afectos, de introspecção, de análise individual e colectiva sobre um dos mais valiosos sentimentos que o homem vivencia. O Joaquim Santos promove o realismo mas também o sonho, numa utopia possível de concretizar. Com a sua análise ao Amor, o autor remete-nos para os tempos ancestrais, onde a vivência tradicional, os valores aliados aos costumes, a educação ao respeito, é uma viagem perfeita para esta sintonia maravilhosa do verbo Amar. E amamos tantas pessoas, tantas coisas. É isso mesmo que Joaquim Santos nos mostra, demonstrando... No final deste livro, o autor presenteia os leitores com um conto de Amor, entre dois seres que despidos de interesses secundários, norteiam a sua vida por esse sentimento que os unirá de forma marcante e absolutamente deslumbrante" - Cláudio Ribeiro

Sobre o evento: No âmbito da Agenda Cultural dos Serviços de Documentação do Instituto Politécnico de Leiria para 2010, vai realizar-se o Lançamento do Livro “Ancorar o amor” de Joaquim Santos.
O evento decorrerá, às 21h30 do dia 29 de Outubro 2010, na Biblioteca José Saramago dos Serviços de Documentação do Instituto Politécnico de Leiria, Campus 2 do IPL.

Contactos: Elisa Bento - elisa.bento@ipleiria.pt
Telefone: 244 820 389/ 244 820 313 Ext. 3931
Sítio: www.ipleiria.pt | www.ipleiria.pt/portal/sdoc


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sentimentos como orientação de vida...


Parece que as pessoas e o País mergulharam numa greve. Talvez os sentimentos sejam a maior falta de tanta gente triste, sobre a ameaça da austeridade.
Olho para as pessoas que correm, desatentas, distantes… Ninguém quer saber do seu semelhante. Passo nas ruas e tudo parece ir numa velocidade alucinante, não se sabendo para onde e como vão…
O aperto está aí. Não vai ser bom para ninguém. Nem para ricos, muito menos para os pobres. A insegurança vai aumentar. Empregados e empregadores estão de costas voltadas, congelando sentimentos de Amor.
Tantas vezes tenho referido que é preciso Amor para se viver mais feliz. Mas congela-se o ser e como consequência anula-se o crescimento dos sentimentos. Tenho falado tantas vezes que corro o risco de ser mal interpretado. Em cada ser, desejo vivê-lo, numa entrega de amor, sem contrapartidas.
A redução dos sentimentos está aí. Até pode ser confundida como se de algum atrevimento existisse. Mas não, é necessário que o mundo e as pessoas se entreguem com carinho, com abnegação.
Podemos não ter dinheiro mas com o amor vencemos. Podemos ter mil dúvidas sobre o futuro mas com união caminharemos para o êxito da existência.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Existir é viver


O sucesso só existe quando se vive
Não sei se nesta dimensão ou na outra que desconhecemos
Mas só a vida e com a vida atingimos o pódio
Jamais a morte derrota a vida
Existir é vencer qualquer obstáculo, por mais difícil que possa ser
Nunca duvidei disso, embora me confunda um facto
Especialmente de assimilar que é através da morte que carimbamos o passaporte para a outra vida
Para mim, uma estranha e misteriosa forma de passagem
Tão invisível, oculta e inesperada
Apenas sei que a qualquer momento nos podemos levantar das cinzas
Mesmo depois da chama ardente, aquela que consome os corpos
Mesmo depois da dor de perder, de não ter mais
Podemos ajoelhar, erguer e olhar o céu
Lá em cima estão vocês, vigilantes e operantes
Não vos vejo mas sinto
Não vos toco mas percebo a sensibilidade
Não vos ouço mas percepciono perfeitamente os ecos
A vossa palavra e música entram profundamente dentro de mim
Ohhh Deus e Eduarda de Sempre
O meu milagre perfeito de renascer depois da morte
Todos os dias...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Partir para outra margem


Recomeçar a vida. Por vezes, temos de estabelecer pontes para outras margens e reestruturar modelos, hábitos instalados, assumindo o nosso interior. São decisões nada fáceis. Mas a verdade, por muito que doa, é o caminho dos caminhos, aquele que devemos sempre seguir. Conhecer e compreender melhor o nosso interior e depois agir de acordo com essa realidade, é um desafio nobre mas por vezes tão difícil de materializar.
Não devemos esconder o que queremos. Não devemos evitar com quem queremos partilhar. Eu próprio me incluo nessa lista imensa de pessoas que deixa oportunidades como memórias. Mas, as oportunidades não devem ser memórias mas usufruídas. As oportunidades surgem e podem nunca mais serem encontradas.
Por vezes, para encontrar uma oportunidade temos de partir. Admiro a emigração por esse motivo. Homens que viram fora do País a oportunidade, saindo do seu meio, dos seus. Por vezes para bem longe, para o outro lado do mundo. Simplesmente porque acreditaram, também porque desacreditaram...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Oportunidades perdidas


Neste tempo, no nosso tempo, não sabemos quanto mais tempo e qual o tempo que viveremos. Corremos tanto e com tanta determinação para que de um momento para o outro, tudo desmorone.
Hoje, uma pessoa amiga, falava-me de um acontecimento triste. Uma jovem que não conseguia engravidar há tanto tempo, quando o conseguiu, descobriu que tinha leucemia. Que oportunidade teve esta jovem, num despoletar da vida? Será esta história e tantas outras que existem, algum exemplo de lógica ordeira deste mundo? Que sentido de justiça existe quando no melhor pano, a qualquer momento cai a maior das nódoas?
Se soubéssemos o quanto é relativo o mundo, o quanto estamos limitados ao indefinido. Não devemos viver em pânico, com medo que inesperados como estes surjam. Mas, o respeito e a noção de que somos tão pequenos, ajudariam de certeza a vivermos melhor, com mais humanidade, como humanos que somos.
A Eduarda foi uma oportunidade que agarrei conforme pude. Alguma vez idealizei que partisse tão cedo? Confesso que nem pensava nisso. Mas a vida mostrou-me que tudo é certo e incerto, no mesmo tempo e no mesmo lugar. Ensinou-me também que devemos contar apenas com os que mais amamos, aquelas pessoas que realmente estão sempre ao nosso lado, jamais desistem de nós, nunca nos abandonando, por mais periclitante que seja a situação.

sábado, 25 de setembro de 2010

Em breves segundos, encontramos o que numa vida toda nunca tivemos oportunidade de encontrar


Por vezes deparamo-nos com algum motivo ou pessoa que nos enche absolutamente a alma e um dos lados mais bonitos do coração. Percorremos tanto, esperamos demasiado, por vezes desesperamos no tempo, por não nos chegar essa pessoa que dizemos seguramente: é ela, é mesmo ela…
Agarrados aos condicionalismos da vida, dos preceitos, do que é formalmente mais certo, evitamos assumir em tanta ocasião a realidade encontrada. Não pode haver maior engano do que aquele que por algum motivo se encontra com algo de valioso e cobardemente não o acolha. Não censuro quem sonha encontrar mas nunca chega a passar ao seu lado. Mas quem passa ao seu lado e finge não ver, sentir... estará a errar de forma grave.
A vida é curta demais, tão breve que de manhã nascemos e ao meio da tarde já podemos estar a partir definitivamente. Pergunto porque tem de ser a vida desta forma, qual a razão para que certas pessoas não mudem os seus rumos, recomeçando o que tiver de ser recomeçado?
Por vezes, em breves segundos, encontramos o que numa vida toda nunca tivemos oportunidade de encontrar. Por vezes, em breves segundos, também perdemos o que no resto da vida também nunca mais encontraremos mas ingenuamente deixamos passar ao nossa lado.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A felicidade: mais cedo ou mais tarde, a vida revela-nos tudo


Não consigo contar o número de seres humanos que comigo estiveram no meu tempo de existência. As pessoas marcam-nos com aquilo que são, com as experiências partilhadas, umas inesquecíveis e outras nem por isso. Recordo o tempo em que brinquei com os meus priminhos, as sensações partilhadas com os meus amigos de infância, a pureza do meu primeiro namoro, a minha juventude desbravada pelos espectaculares convívios com os meus amigos da aldeia, até ao dia em que conheci a menina que viria a ser minha esposa, não esquecendo os melhores anos da minha existência, aqueles onde juntos vimos crescer a nossa filha Eduarda. Neste tempo percorrido da minha história somei tantos instantes que compõem actualmente os meus registos de humano.
Das sensações e momentos vividos, carrego no coração muitas somas de tempo de felicidade, mesmo quando as adversidades e contrariedades me fizeram forçosamente efectuar pausas na alegria. Na minha modesta opinião, para termos mais momentos de felicidade, devemos tomar consciência das coisas simples, muitas vezes pouco perceptíveis.
No meu trajecto, aprendi tanto sobre tanta coisa, moldando aquilo que sou, partilhando tempo com pessoas que contribuíram decisivamente para orientar os meus caminhos. Provavelmente, até poderão estar neste momento a questionar o motivo desta minha “ladainha”… Faço-o, porque me apercebo que vivemos num mundo que se expressa cada vez mais controverso, injusto e desestabilizado. Ainda recentemente ouvi numa rádio nacional, um programa que falava sobre uma das muitas contrariedades destes tempos. Ou seja, ao atravessarmos actualmente uma crise grave, existem sectores de actividade que aumentam de forma galopante os seus negócios. São eles as operações estéticas, os SPAS, reservas de hotéis de categoria superior, compra de imóveis e carros de luxo, aumentando significativamente as suas vendas de ano para ano. Não será este aspecto uma enorme falácia para o período desequilibrado em que a sociedade vive? Mais grave se torna quando nos falaram que não são apenas os ricos a requisitarem estes produtos ou serviços. Também uma classe média quase ‘esfarrada’ prefere passar mal, quase sem dinheiro para comer ou dar conforto aos filhos, preferindo estes luxos extravagantes que o consumismo impõe. Que felicidade é esta onde o que conta é a aparência, com um esforço para simplesmente impressionar terceiros?
Quem passear pelas ruas da cidades, pelos centros comerciais, pelas praias e discotecas, vendem-se muitas vezes sonhos, ilusões coloridas de uma esperança que esbarra no parecer. Já ninguém se importa em mostrar ou mostrar-se como verdadeiramente é ou como realmente corresponde às suas origens. Envergonhados, tantas vezes até pelas próprias famílias, anda-se na rua a mostrar aquilo que nunca se teve, quer dentro do coração ou também no interior das suas casas. Não é isto a felicidade. Ela reside nas relações que estabelecemos, independentemente do ter ou do parecer. Só uma condição define verdadeiramente quem consegue obter mais momentos felizes. Passa obviamente por se conseguir ser como é, sem tirar nem pôr mais nada. Isso não invalida que as pessoas deixem de se arranjar ou obter alguns bens de conforto. Mas quando os adquirem, passando muito mal nas questões essenciais da sua vida, torna-se numa opção que hipoteca a área financeira e também a felicidade que disfarçadamente é confundida com o ostentar. Esse estado muitas vezes breve ou relativo do parecer jamais supera o que simplesmente somos, sem manias, vaidades ou superioridades. Mais cedo ou mais tarde, a vida revela-nos que não valeu a pena tanto esforço em vão. O nosso caminho, neste momento conturbado de crise, consiste em fazer o que podemos com o que realmente temos. O nosso caminho, neste momento de ausência de valores, consiste em sermos o que naturalmente somos, respeitando e aceitando com orgulho as nossas origens, condição familiar e pessoal. Assim, só assim, sairemos de uma das crises do mundo: a do ser.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Um dia serei pastor


Um dia morrerei.
Enquanto que nos sucedâneos das horas nascem outros seres, crescem novas sementes do mundo, outras almas desertam deste lado terreno. Na bagagem, levamos as pessoas que conhecemos, os instantes com elas partilhadas, as verdades e mentiras deste existir tão complexo.
Quando também eu partir leva-me contigo. Sim, talvez sejas tu a levares-me contigo, mesmo neste horizonte escondido, naquela luz que teima em iluminar. Preciso de te rever novamente. Essa é uma esperança corrida, nestes meus dias mais curtos ou mais compridos. A minha meta és tu, envolta desse verde límpido, tão espectacularmente revelador de mensagens de futuro. O verde é futuro.
Na mala que carregarei, para além do meu Amor por ti e de todos os que foram amados por mim, levo os registos do que fui, quase um rastejante e utópico procurador de sentimentos bons. O velho da montanha diz que para os encontrarmos é preciso tê-los. Jamais reconhecemos um belo sentimento sem dele sermos portadores. Por isso, reconheço que ainda me falta tanto para permanentemente percepcionar os semtimentos bons, aqueles que me ensinaste a eleger...
Amanhã, quando acordares, saberás que este texto é a ti dedicado. Descansas agora, depois de mais alguns instantes de partilha. Lá em cima, Deus, a vigiar-nos, a guardar todo o limitado desempenho humano. Vives nesse Céu cor-de-rosa, nessa orla de esperança.
Antes de também partir, seja por uns tempos ou definitivamente, tenho um pedido especial a fazer-te. Ajuda-me a distinguir o bem do mal, a optar sempre pelo primeiro. Orienta-me e abre o caminho para que os que têm valores sentimentais se abeirem de mim.
Deixo-te também uma última rogativa. Faz de mim um instrumento do Amor no mundo. Que tenha a capacidade de Amar e cada vez mais perceber o Amor. Incute em mim a capacidade de descobrir sempre esse sentimento como divino procedimento. Como um dia chegaram os portugueses a Vera Cruz, também eu queria conhecer toda a imensidão deste planeta e colher o néctar de todos os seres que nele habitam. Então, seria pastor do Amor. Com o meu cajado, partiria para o cume das montanhas e com o meu ‘rebanho’ iria percorrer montes e vales, deixando cair nos fios dos desfiladeiros o sonho de qualquer homem: amar verdadeiramente e ser amado.
Um dia morrerei. Mas tendo o Amor como missão da pastorícia, serei um pastor em jeito de ave livre, para sempre.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Os Anjos


Os anjos são de todas as cores e trazem um misto de sentimentos. Não acredito no anjo branco, naquele desenho que teimosamente os séculos passaram nos seus livros. Os anjos somos nós, uns melhores e outros numa fase de evolução. Os anjos são naturalmente naturais, de imensas cores, com poderes de fazer renascer vidas. A maior prova disso é quando percebemos que alguém ao nosso lado sofre incessantemente e estendemos a mão, o braço, a perna, o coração, as nossas acções e intenções. Os anjos começam a sua missão aqui, na Terra.
Ainda ontem, num dos meus programas preferidos da SIC NOTÍCIAS, chamado ‘Toda a Verdade’, vi a crueldade como são tratados meninos deficientes na Bulgária. A insensibilidade, juntamente com o sofrimento extremo daquelas crianças, algumas delas agredidas dentro do próprio orfanato que os devia acolher e minimizar os efeitos da doença, abandono dos seus pais e exclusão da sociedade, cortam o coração de quem impotente assiste ao programa no conforto do sofá da sua casa. Tive vontade de ser anjo e ir para a Bulgária e tantos países do mundo que tratam seres humanos como lixo.
Os anjos andam por aí… Os bons e os maus. Por vezes, que estranha forma de ser anjo. Neste caso, vestido de cor tão escura e medonha.
Peço-te Eduarda, meu lindo Anjinho (penso que tens o rosa como tua cor), traz até nós mais orientação e justiça. Ajuda os anjos daqui a serem mais anjos, espelhados pela luz do bem e do amor.
Eduardinha, mesmo assim continuo com a utopia dos anjos brancos, embora saiba que esse rosa clarinho é tão puro e tão branco...

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Dói a insensibilidade


Custa tanto perceber a insensibilidade. Dói saber que existem pessoas que esquecem rápido o sofrimento dos outros, quase ocultando ou passando por cima de factos que experimentados, jamais se podem esquecer ou viver fingindo que não existem.
A morte dói. Uma dor intensa, permanente, que nos consome. Vamos aprendendo a viver com tão dura realidade mas também a conhecer e a eleger pessoas. A partida de alguém que amamos pode também ser ‘passaporte’ para sabermos quem realmente temos. Umas pessoas tornam-se em desilusão e outras são o garante dos nossos dias, a companhia e segurança, a esperança total onde nos agarramos.
A minha família foram a minha força, o meu porto de abrigo. A todos agradeço a sua existência. Sem família somos um barco à deriva, sem local de refúgio.
Se dói o sofrimento de perder alguém que amamos, dói igualmente perceber o distanciamento de todos aqueles que acham que este é um sofrimento a evitar. A evitar? Quem consegue evitar? Como evitar? Estas e outras perguntas, constituem realidades que muitos não querem pensar e assumir que a todos pode bater à porta o inesperado. É este imprevisto que nos trás as coisas boas mas também os maiores dos desafios, tão difíceis de aceitar. Ainda recentemente, no terrível acidente de viação em cadeia na A25, uma jovem de 21 anos de Leiria veio a falecer. Os seus pais sofrem o imprevisto. Estes e tantos pais que sofrem a ausência que surge sem avisar… E quem aparece para minimizar efeitos, chorar connosco esta dor? Não apenas no dia e nas semanas seguintes ao funeral mas… SEMPRE.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Onde é o céu?


Não sei explicar muito bem porquê mas tenho tanto receio da racionalidade. Pensando nela, vem ao meu pensamento o facto de que muitas coisas parecer não fazerem sentido... Por vezes, é bom distanciarmo-nos do que aparentemente nos surge como se fosse óbvio ou o mais lógico. Refiro-me às questões da espiritualidade, da fé, de Deus. Se por um lado coloco a dimensão espiritual e a esperança de num dia podermos ter o prémio consagrado, numa outra perspectiva real, terrena, não consegui ainda obter uma pista fiável deste caminho que acreditamos e queremos trilhar.
Deus talvez não seja o que os homens convencionaram. Talvez não seja como o retratam nos livros de séculos e séculos. Quem foi este Deus dos primeiros tempos do mundo? Por onde começou? O que quer de nós? Que projecto tem para todos os seres? Que tem uma abelha ou uma libelinha de diferente do ser humano, ao não serem premiados como nós, com o tão desejado Céu, num reencontro espiritual?
Confesso que estas e outras perguntas me tocam tanto. Mesmo assim, entre ter e não ter fé, prefiro esperar pelo anunciado. Afinal, os sentimentos, o bem e mal, o sentido ordeiro, o amor e ódio, paz e guerra, justiça e injustiça, são um conjunto de circunstâncias da vida que me convidam à introspecção.
Por um lado, algumas pessoas dizem que aqui é um verdadeiro inferno, esperando pelo céu. Mas, quero acreditar nesse céu, mesmo que o tenhamos de viver aqui. E eu, afinal, já conheci parte desse céu ao viver contigo, lado-a-lado, linda Eduarda de Sempre. Então, espero que o céu seja aqui e aí, onde já estás, onde estaremos todos um dia.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Agosto, o Verão, a vida muito além deste limite...


Com Agosto chega o Verão, o calor, a praia e as lembranças. Eduarda, tu adoravas a água, a areia, as construções, as corridas junto ao mar... Recordo-te imensamente, tão profundamente foram os momentos.
E os picnics e os belos lanches que a mãe nos fazia? E as partidas e outros jogos que realizávamos nos pinhais? Momentos de sombra, onde a manta servia para nos deliciarmos com as belas refeições mas também para dormir aquela sesta tão reconfortante.
Continuas a viver tão intensamente no meu coração, com todos esses e muitos mais momentos que orgulhosamente partilhámos. Hoje, são recordações. Quando vejo famílias completas, a viverem essa mesma felicidade, a nostalgia assola-se, confesso. Não te vejo, é verdade. Mas sinto que estás aqui, algures, cheirando o teu perfume, ouvindo a tua voz, delirando com o teu toque. Tu, eu e a mamã, naquele mar salgado mas de águas cristalinas...
Esse Céu do infinito, guardado nas nossas memórias, não acabou ali, naqueles tempos idos que recordo. Ele existe, vai muito mais longe.
Onde estás agora, estaremos todos nós também. Se não for vida, mesmo assim a morte nos juntará mais tarde ao destino comum. Mas, creio que será vida, muito mais vida. Tão vida que nenhum de nós poderá deslumbrar como será. Mas é!
Até já...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Mensageiro da Esperança e o Amigo: Agostinho Almeida Santos


Querida Eduarda, não me quero alongar. O que te posso contar é o que sinto exactamente neste momento da minha história. As etapas novas trazem à tona esperança. Os meus caminhos levam-me todos até Ti. Apenas poderei mudar rotas, entre estradas e cruzamentos, mas todos me conduzem ao mesmo destino.
Vivo e estou vivo. Isso é o que importa. Existe uma pessoa muito especial que de forma muito carinhosa e desinteressada está a ajudar a caminhar o Papá e a Mamã. Das suas mãos, 'nascem' mil cuidados, outras mil preocupações e ainda outros mil conselhos. Das suas mãos já nasceram imensas vidas, mesmo quando os rostos tristes e a chorarem, teimavam em não ter esperança. Mas, este grande Homem, defensor dos princípios, da tradicional cultura médica, mas com tanto saber, é ele que nos ajuda no milagre... Uma nova vida está para chegar, noutros caminhos, mas todos direccionados até Ti.
É este Homem sorridente que disse hoje que uma Maria que estará para nascer... "SERÁ INTELIGENTE". Um agradecimento, em jeito de louvor, a uma pessoa que nos deslumbra com a sua coragem e exemplo. Esse Homem chama-se Agostinho Almeida Santos.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Os amigos, aqueles que nos falam à nossa alma


Hoje, como ontem, como será amanhã, decorrerão mais dias somados à minha existência. Que mundo é este em que vivemos? Que pessoas somos uns para os outros?
Acho maravilhoso o facto de termos amigos, aqueles que podemos contar verdadeiramente. E um verdadeiro amigo, por mais silencioso que seja, porque não é necessário andar sempre a manifestar o seu afecto e carinho, nunca se esquece das datas mais difíceis para nós.
Ontem, Eduarda, farias 10 anos de vida. Lembrei tantos momentos da nossa vida, do quanto partilhámos. Aqui estou a continuar e quero dizer-te que recebi ontem pela Vera do Jardim-Escola João de Deus, a notícia, a linda missiva que os teus amiguinhos e colegas de escola estão como finalistas do ano lectivo. E sabes o que a Vera me contou? No caderno de finalistas, nas suas breves mas tão sentidas opiniões, os teus amiguinhos evocaram a tua memória, lembraram quem foste, como foste…
Esta linda notícia foi a melhor das prendas de anos que alguma vez recebi. Existem gestos simples que nos enchem por completo, que nos abordam o coração. Depois, ficam para sempre. E os amigos existem, uns mais e outros menos. Uns mais verdadeiros e outros mais afastados dessa realidade.

sábado, 5 de junho de 2010

Dia 21 e Junho


Minha querida Eduarda, no dia 21 de Junho irás completar 10 anos de vida. Sim, de vida. Nunca morreste e nunca morrerás. O conceito e a certeza sobre a vida é algo subjectivo. Onde está a vida? Qual a verdadeira vida? Onde se vive mais? Vive-se aqui, vive-se aí?
Tanta pergunta para tanta falta de resposta. Apenas sei uma coisa. Tu vives, da manhã mais simples, onde as gotas de orvalho se espalham pelas ervinhas e flores, até à crepúscula luz da lua que muito ilumina os sentimentos.
Farás 10 anos e muitos mais anos viverás. Aliás, não existe tempo porque és intemporal.

quinta-feira, 20 de maio de 2010


Não sei explicar porquê mas existem pessoas que entram na nossa vida e com simples gestos nos tocam profundamente. Não precisam de serem amigos de longa data para participarem nos nossos momentos de forma ímpar, sensível e verdadeira. A diferença reside num sorriso, num gesto singelo, num acto despercebido.
Conheci há pouco tempo a Andreia, o Paulo e a sua pequena filha. Por mero acaso, numa rua de Coimbra, entrei na empresa que gerem e a cúmplicidade das conversas nasceu naturalmente. O trio fantástico esteve no lançamento do livro "BemAmor" e daí em diante as conversas fluem, compartilhando sentimentos, num espírito de paz.
Algo me comoveu nesta relação... A minha Eduarda não é esquecida mas é vivida de forma muito carinhosa. Uma velinha acesa, com um olhar para o Céu, é de quando em vez uma prática carinhosa destes meus Amigos. Muito valioso.
Também num gesto simples lhes quero agradecer. Que essas velas que acendem, nos ilumine a todos, numa esperança de luz para Sempre.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A sobreposição


A palavra sobreposição é algo que me assusta, desilude. Vejo este termo empregue, explorado na vida real do dia-a-dia, por vezes, pelas pessoas que julgava próximas, mais amigas ou solidárias.
O que me entristece nessa palavra é o desejo atroz de uns se quererem elevar aos outros. Até entendo que exista essa vontade, esse modo de estar entre rivais ou pessoas distantes do afecto, de projectos não comuns ou de ideologias diferentes.
Quando me cruzo com seres que no dia-a-dia vivem na proximidade, ou pelo menos conhecem a minha/nossa realidade, espanta-me mesmo assim constatar que em determinados momentos se sobrepõem ou pelo menos desejam isso, especialmente nos instantes em que são apreciados pela sociedade que nos circunda.
É exactamente nesses instantes que me desiludo. Nem é bem com as pessoas mas com a realidade atroz da sobreposição, porque uma das lições da vida que aprendemos quando a realidade da morte nos bate à porta, é o facto de pouco sermos ou quão grandes são as nossas limitações como seres humanos.
Depois, com a sobreposição de uns, sabemos que outros ficam na mó de baixo, tristes, enxovalhados ou humilhados. Não deveria ser assim. Talvez exista a oportunidade de ser exactamente nessa altura, naquele momento de alguma fragilidade de alguém que se conhece, que a poderemos ajudar, orientar e erguer. Ao invés, ainda carregam mais no seu ponto frágil, mostrando que se sabe ou se é muito mais que ele… Não entendo mesmo isto, a maldita sobreposição que teima em alastrar-se, numa sociedade cada vez mais desumana e com muitas lições no haver.
A sobreposição poderá existir sempre mas sei que são os que sobrepuseram que mais tarde ou mais cedo tomam consciência que afinal nada ganharam com esse modelo de vida. No final do tempo, dos nossos tempos, só uma coisa se sobrepõe a nós e esse será um momento inevitável. O chão que pisamos sobrepõe-se a toda uma vida humana que deveria ter existido com a noção de que na terra que tantos anos utilizamos deveria ter permanecido apenas um sentimento: Amor.
Esta é a minha parte de utopia porque vejo que cada vez mais o homem se sobrepõe a essa majestoso modelo de vida. E nós, tão pequenos e limitados que somos, só deveríamos deixar sobrepor o amor como único caminho possível na terra que pisamos…

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Um dia, juntaremos de novo todas as peças do puzzle


Um filho está sempre no interior sentimental dos seus pais. A sua profundidade e a sua vivência, fazem com que desde o primeiro dos instantes do seu nascimento, até ao derradeiro dia de uma qualquer partida, dele ou nossa, se promova sempre o Amor.
Quem percebe este código sentimental são os Pais e Filhos, numa harmoniosa cumplicidade. Aqui ou aí, sei que o Amor é a força do infinito das relações verdadeiras, percebo que é esse o sentimento que nos guia, ilumina, nos conduz. Só o Amor verdadeiro consegue desvendar que estamos incondicionalmente com quem Amamos, mesmo quando a distância nos perturba, fere ou dilacera. É esse Amor que do infinito nos leva ao permanente estado de felicidade, mesmo que esse mesmo sentir seja sempre incompleto porque o puzzle não se consegue construir na totalidade.
Um dia, juntaremos de novo todas as peças. Ajudados pelas borboletas, voaremos até ao infinito, estaremos novamente juntos, construíremos mais uma vez o nosso Castelo, pedra por pedra.

terça-feira, 23 de março de 2010

BemAmor tem rosto...


















No dia em que arrancou a Primavera de 2010, o livro “BemAmor” de Joaquim Santos, foi apresentado na sede da Associação Malmequer Silvestre, a funcionar na antiga escola primária do Feijão. Com a sala de aulas daquele espaço cheia de testemunhas de uma tarde de cultura e sentimento, o programa trouxe à plateia daquela instituição o hip-hop e uma peça de teatro do capuchinho vermelho, dançado e representado pelo grupo de crianças daquele lugar de Colmeias.
Num ambiente de festa com simplicidade, intervieram Carlos Fernandes (editora Textiverso), Ricardo Moreira (ilustrador), Vera Sebastião (amiga do autor), Dulce da Graça (presidente da Associação Malmequer Silvestre) e Joaquim Santos (autor da publicação).
O criador do “BemAmor” referiu que “este livro deixa-nos pistas, abre-nos horizontes, apresenta-nos uma mensagem: uma menina e um passarinho, recolhem da flor amiga, o néctar bem e amor, que todas as pessoas do mundo precisam para viver…”.
No final, foi servido um bom café, com crepes e licores, dando mais “sabores” à tarde do dia 21 de Março.
Porque a data escolhida correspondia ao Dia Mundial da Floresta, muitos participantes não perderam a oportunidade de visitar o majestoso carvalho do Casal do Monte. Num percurso entusiasmante, estes caminheiros apreciaram a bela natureza daquele lugar, essencialmente campestre. Quando chegaram ao baixio do vale, esperava-os um carvalho roble de magnífica beleza e dimensão.
Mais um dia histórico para o sétimo livro que Joaquim Santos publica. O “BemAmor” ficou considerado pelo seu obreiro como “uma objectiva aberta para o mundo”.
CS

sábado, 20 de março de 2010

O crepúsculo olhar e sentir...

Numa sensação torneada de sorrisos vou compreendendo cada vez mais o mundo, as coisas e as pessoas que o compõem. Como tudo é efémero. Como todas as coisas são relativas, passageiras e até ilusórias. Confesso que esta percepção é uma evolução dos anos que somo e capacidade de análise de perceber a localização e o uso dos instrumentos da vida.
O poder, a riqueza, vaidade, noção de superioridade, só conduzem o ser humano ao isolamento pessoal. Sem se aperceber, caminha sozinho, mesmo tendo muitas pessoas ao seu lado.
É preciso ter muito Bem e Amor para se viver com humildade mas também com uma vontade de partilha. O Bem e o Amor não tem fronteiras. É isso que percebemos no livro que apresentarei amanhã, na escola do Feijão, dedicado à Eduarda e Sempre.
Minha filha, o meu caminho é o Teu e o meu trilho será sempre o Teu. Traz-nos esse néctar que conta a história do livrinho, o Bem e o Amor que todos precisamos.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Novo local para apresentação do livro BemAmor

Por questões de segurança o local para a apresnetação do livro BemAmor foi alterado. O velho carvalho do Casal Monte, depois do mau tempo que se fez sentir, mostra sinais de fragilidades nas suas braças, o que constitui um perigo.

Assim:

No Feijão, em Colmeias, no dia 21 de Março, pelas 16h00, na Associação Malmequer Silvestre, sita na antiga escola primária do Feijão, farei a apresentação pública do livro "Bem Amor", uma evocação à minha filha Eduarda Santos.

A narrativa envolve três personagens: a Eduarda, a flor Margarida e o passarinho colibri. Juntos, cumprem a sua missão principal: espalhar pelo mundo o néctar do Bem e do Amor.


O autor e a editora Textiverso esperam que esteja um dia bonito e que permita a todos os que se queiram associar a este momento de cultura e homenagem, a possibilidade de viverem diferente. Caso o tempo permita haverá uma visita a um carvalho roble que tem mais de 800 anos.

 

Conto convosco!

Joaquim Santos

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Um livro de Bem e Amor


A obra chama-se “BemAmor”. Será num ambiente campestre que procederei ao lançamento de mais um livro que homenageia a minha filha Eduarda.
No Casal do Monte, em Colmeias, no dia 21 de Março, pelas 16h00, junto de um carvalho com cerca de oito séculos de existência, aliado ao espectáculo do campo e das transformações da natureza, a apresentação deste livro pretende ser mais uma forma de evocar a pequena Princesa e toda a mensagem que legou. A narrativa envolve três personagens: a Eduarda, a flor Margarida e o passarinho colibri. Juntos, cumprem a sua missão principal: espalhar pelo mundo o néctar do Bem e do Amor.
Se o tempo não o permitir, a apresentação do “BemAmor” será efectuada pelas 16h00, na Associação Malmequer Silvestre, no lugar do Feijão, em Colmeias (antiga escola primária).
Mas o autor e a editora Textiverso esperam que esteja um dia bonito e que permita a todos os que se queiram associar a este momento de cultura e homenagem, a possibilidade de sentirem a brisa da natureza, com um livro feito de Bem e Amor. Deste modo, considerando que não é fácil chegar ao local onde se encontra este imponente carvalho do Casal do Monte, o ponto de encontro está marcado para junto do mensário NOTÍCIAS DE COLMEIAS, pelas 15h30.

Conto convosco! Joaquim Santos

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A beleza de um qualquer coração não é visível mas sentida


O Coração não se coaduna com as vaidades, com os desfiles de moda, onde a roupa, as pinturas e perfumes, mostram a beleza de um alguém que se quer apenas tornar visível. O Coração vai mais fundo com a sua beleza e coloca-nos desafios infinitos na imaginação. O desafio que nos lança é de imaginar quanta beleza ele Terá, quanto maior for o acto humano no seu dia-a-dia. Foi contigo que aprendi a ver mais beleza, querida Eduardinha. Nos meus trajectos quotidianos, com os altos e baixos, com as agruras dos encontros e desencontros, fui conhecendo e privando com vários Corações. Uns muito bons, outros nem por isso. Minha filha de Sempre, queria dizer-te que o Teu foi o mais lindo Coração que conheci. É a sua beleza que ainda me inspira, do alvor das manhãs ao lusco-fusco das noites.
Afinal, o Coração é a verdadeira beleza humana. O que se vê no exterior é apenas agradável aos olhos. O mais lindo não é visível mas é muito sentido, perceptível, profundamente vivido.
Ainda te Vivo e recordo nos bons momentos que tivemos, de Coração para Coração, não esquecendo o lindo e tão marcante Coração da Tua mãe que foi extremosa com os teus cuidados.
São esses Corações que nos dão alma, sentido, perdão, continuidade e acima de tudo muito Amor. Só esse órgão do nosso corpo permite uma entrega incondicional ao Amor, um perdão impossível por tamanha mágoa ou ofensa, uma tolerância pelas diferenças ou falhas dos outros, conseguindo mesmo corrigir a injustiça, por maior que esta seja. Também é esse Coração que nos continuas a revelar que nos faz caminhar, mesmo quando alguém nos quer impedir de avançar, quando a esperança se tornou em descrédito, quando sentimos a intolerância de tantos humanos, onde eles próprios, em muitos casos, podem ser muita coisa, menos um exemplo feliz de bons Corações...
Jamais esquecerei o Teu Coração, sempre aberto para nos provar que o Amor é o único caminho visível…

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Recebi esta mensagem do Miguel, o meu Amigo de eleição, resumindo a sua forma de vivenciar a amizade...

“O amigo que consegue estar calado connosco num momento de confusão ou desespero, que pode ficar ao pé de nós numa hora de desgosto e pesar, que tolera não saber… não curar… É este o amigo que verdadeiramente quer saber de nós.” Henri Nouwen, escritor e teólogo holandês (1932-1996)

Para os meus amigos da Âncora


Durante três anos colaborei na publicação Diário de Bordo da Associação “A Nossa Âncora” – Apoio a Pais em Luto com uma secção permanente que se chamava “Bom Porto”. Chegou o tempo de parar, dar a vez a outras pessoas contribuírem com esta causa. Não sei se ajudei alguém mas tentei. Com a noção dos meus limites, da minha condição de humano, reconhecendo que não passo de mais um daqueles Seres que continua na senda da aprendizagem.
Nesta minha ligação à Âncora e nos escritos que deixei, queria dizer a todos os membros que o fiz com a vontade constante de falar verdade. Desde 2006 que passei noites em branco, chorei, errei, percorri caminhos de tristeza. Mas, nessa escrita do “Bom Porto”, num mundo repleto de pessoas que se esquecem de serem mais simples e de reconhecerem que não passam de comuns mortais, falíveis, porque o ser humano assim foi e assim será sempre, importa reconhecer e agradecer o apoio, carinho e estima que recebi de alguns Ancorados desta família. É exactamente para essas pessoas, tão bem identificadas, que dedico com carinho, uma evocação que singelamente lhes endereço.

Uma Âncora aos Ancorados
Cada família é uma união. Transporto comigo o motivo infeliz que me levou até Vós, com uma ferida profunda que me devassa o peito. Foi essa a razão que me conduziu à Âncora, ficando intensamente ancorado a todos os que dividiram relatos difíceis de contar e viveram a partilha da experiência mais difícil… Deixo-vos este pequeno texto para que nos Vossos Corações possa residir, esperando que se lembrem de mim apenas como um simples Ancorado, preso às mesmas amarras que infelizmente mas felizmente nos juntaram.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem que a simplicidade é o único caminho possível para chegar ao verdadeiro destino.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem dar valor à amizade verdadeira, mesmo quando os amigos se possam enganar nos caminhos.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem perceber que não podemos e não devemos julgar ninguém.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem que é sobre a sua vida que devem reger a sua existência.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem que a dor permanecerá até ao fim dos seus dias terrenos.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem que a força não existe do acaso.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem que a base da sua vida é a sua própria vida, amando o seu semelhante mesmo que não encontre nele a perfeição.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem que perdoar sem questionar é uma oportunidade de conquistar o nexo de existir.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem que esta vida é uma passagem e que existem coisas que não merecem o nosso tempo ou frustração.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem que apenas existe um problema no mundo, a largada de um Ser que se Ama.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem que numa fracção de segundo o melhor dos planos se altera nos seus dias.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem que não vale a pena ser rico enquanto não se gerar valor no Coração.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem o que é cair e levantar, com encontros e desencontros.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem que ter um filho é um Dom e uma Dádiva de Deus, que num merecido instante nasceu e num inesperado momento se elevou.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem que uma Âncora significa um porto de abrigo e que os seus marinheiros são o princípio da solidariedade e dádiva.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem que querem rumar para o Bom Porto, depois de uma rota de avanços e recuos, de aventuras e desventuras.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem que apesar de tudo valeu a pena porque não é por mero acaso que chegaram ao porto de abrigo.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem que o caminho a seguir é a tolerância e não menosprezar a vida do seu semelhante, qualquer semelhante.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem que quando alguém precisa de uma mão num instante se estende as duas.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem que não existem esquecimentos possíveis para um verdadeiro Amor.

São os ancorados mais do que ninguém que sabem que qualquer vida será sempre vida.


Escrito na madrugada do dia 9 de Fevereiro de 2010, dedicado de forma muito especial aos meus Amigos da Âncora, alguns Ancorados que se tornaram uma referência de respeito...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Roda decisiva da vida

A vida é uma miragem muito curta. Do nascimento à hora decisiva é um ápice. Formamos uma equipa de jogadores. Uns ganham e sobrepõem-se aos outros. Outros passam anos, décadas a fio, sobre a aparente inferioridade, sem direitos ou oportunidades iguais.
É pertinente perguntar qual a verdadeira noção de superioridade? Vimos tantos “cantores” a soletrar palavras bonitas, com as anunciadas pontuações correctas… No entanto, têm tanto para aprender com a humildade de um sorriso de uma criança pobre, com a coragem de sobrevivência de um mendigo, com o papel decisivo de quem não consegue ver portas abertas para o direito elementar do trabalho.
E vimos nas Universidades ou nos Parlamentos, nos acontecimentos culturais e afins, os conhecidos letrados, pessoas do saber, a apregoarem tantas vezes os direitos fundamentais do ser humano… Que sabem eles da vida? Que "cosmética" disfarçada fazem para até falarem de temas como a pobreza se nunca passaram por isso e o mais grave de tudo é que em muitos casos até se aproveitam da debilidade humana para ainda crescerem economicamente ou então nas suas conquistas na sociedade.
Tortura-me a aparência. Entristece-me o sentimento de superioridade. Desilude-me a injustiça.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Todos os dias estás lá, todos os dias estaremos lá...


O segundo que escrevi o início deste texto já é passado. A memória não se apaga, muito menos perde os registos principais da nossa existência. Eduarda, expandes cada vez mais o teu Amor sobre mim. Pretendo sentir esse cheiro de alfazema, como néctar puro, da natureza genuína que és Tu. Estás direccionada para mim e eu para sempre me entregarei a toda a Tua existência. Vens ter comigo e eu aproximo-me desse mundo que continua incessantemente a dizer baixinho: AMO-TE.
É esse majestoso sentimento que me faz perder nos sonhos, levando-me a viajar ao infinito do mundo, sabendo que é contigo que sempre estarei. Todos os dias estás lá, todos os dias estaremos lá. Mesmo com a saudade, resides nos nossos dias como se cá estivesses, com todos os teus sorrisos, imensamente nossos...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O frio cortante

Este estado de tempo coloca-nos a pensar sobre o Universo e todas as coisas. O astrolábio que conduziu os Homens para a ventura não me orienta neste século das tecnologias digitais. O tempo está frio, cortante.
No meio do oceano, dos desafios, procurei-te e procuro-te, mesmo sobre os mergulhos dos peixes e o voo das gaivotas que pairam sobre o barco. Olho para cima e vejo vida, para baixo e vida eu constato.
Pela viagem uma estrela bem luzidia me acompanhou. A maior e mais brilhante. Penso teres sido tu. Eduarda, um sonho não é uma ilusão. Ele é o estado do Homem. No meu caso, num desejo profundo de te ver e rever.
Nestes dias molhados e frios vou aquecendo a alma, sobretudo no infinito de Deus, num dos seus cantos mais lindos do seu habitat. É lá que moras. É lá que te encontro e reencontro, para sempre.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Lá do Alto...


Neste início de 2010, lá do Alto, bem Alto, existes Tu, Estrela Cintilante... Subiste, para o Cimo dos Cimos, sem nenhuma escada ou avião, sem a força humana que é tão limitada e limitativa. Num sopro de Deus, ascendeste à Altura que só os perfeitos alcançam. Nós, limitados, vamos sonhando para que num dia também consigamos chegar, assim sejamos merecedores.
Oxalá que este seja um ano em que entenda melhor o motivo dessa tua ascensão. Se isso for possível… Se esse facto tiver explicação possível. Acredito que entendamos um dia o que no tempo presente nos passa de certa forma ao lado. Mesmo assim, sei que a nossa jornada existencial se resume a partidas. Largadas de um mundo marcado pelos seus condicionalismos e ausência de certezas.
Idas rápidas ou mais demoradas, o certo é que a essa passagem não nos desviaremos. Uns hoje, agora… e outros ao longo deste 2010 e nos anos seguintes. A vida é mesmo uma passagem e nenhuma explicação científica me convence que a nossa existência se resume a um nascimento, viver alguns anos e depois… não passamos de matéria, depositados no interior da terra.
Eduarda, filha querida, se hoje participas nas certezas do Céu, hoje, permaneço junto dos que te Amam, aqui nesta Terra que conheces-te, como uma árvore plantada, vigiando esses infinitos de nuvens clarinhas.