COMO A PRÓPRIA EDUARDA DIZIA "MÃE TU ÉS A MINHA ESTRELA CINTILANTE"
AGORA PASSOU A SER A EDUARDINHA, A ESTRELA CINTILANTE QUE BRILHA BEM DO ALTO DOS CÉUS

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Carta a Deus


Dizem que um dia estaremos todos juntos nesse paraíso projectado por tantos homens e que nessa altura seremos compensados pelo bem que fizemos na Terra. Desculpa meu Deus, mas, por vezes, não te entendo. Metade de mim identifica-se e acredita no que se apregoa sobre Ti e a outra metade faz uma pausa nas reticências, chegando mesmo a ficar triste porque gostaria que muitas coisas daqui fossem bem diferentes...
Se um dia irá existir aí a justiça porque consentes que exista aqui a injustiça? Qual é a razão de só alguns serem pobres, discriminados, lançados às arenas dos mais poderosos? Onde estás tu nesses momentos?
Metade de mim é amor e a outra metade é dúvida. Já nem sei bem onde te descobrir para encontrar respostas à segunda metade de mim. Por vezes, desejo percorrer o mundo em toda a sua extensão e encontrar-te. Mas sei que não é aqui que te encontrarei. Então, onde te surpreender e poder questionar sobre tanta coisa?
Uns trabalham muito e pouco recebem, enquanto que outras pessoas nada ou muito pouco fazem mas recebem fortunas;
Uns sofrem privações, perdas irrecuperáveis, enquanto que outras pessoas vivem uma vida a desfrutarem de quem amam, intocáveis do sofrimento;
Uns passam fome e sede todos os dias, muitas vezes até morrerem, enquanto que outros esbanjam fortunas, refeições que estragam por mais não lhes apetecer, tão enpanturrados que estão.
Uns não têm registo civil, não têm direitos, enquanto que outros têm títulos, nomes importantes e são reconhecidos na sociedade.
Meu Deus, escrevo-te para que alteres tantas assimetrias. Confesso que penso muitas vezes que Tu, como criador supremo, não terminaste o teu serviço por cá. Investe novamente nesta obra incompleta. Muitos escrevem textos bonitos sobre a igualdade que nunca existiu, sobre o bem que não se sente, sobre as oportunidades de vida que são utopia para tantos habitantes terrenos.
Peço que venhas cá novamente e aperfeiçoes a nossa existência. Viver, por vezes, é uma consequência, uma rota difícil de cumprir. Não nos desvies do perigo mas antes elimina-o. Dá-nos força para acreditar que é possível. Confere a todos a regulação da sua existência sobre a Tua existência... Se acreditamos que és a perfeição e exemplo, peço-te que faças este mundo igualmente perfeito e com melhores exemplos.

domingo, 10 de abril de 2011

Crianças na Assembleia da República, precisam-se!


Os políticos não sabem entender o valor das crianças. Precisamos de políticos simples, honestos, directos, autênticos e com sentimentos verdadeiros. O ser humano cresce e esquece o seu histórico de menino, daqueles tempos em que os verdadeiros valores existiam.
Os meninos foram avançando na idade e ao seu lado o desejo materialista, egoísta e tantas vezes indiferente aos outros, fez deles obsecados pelo poder, por chegarem muito mais longe que todos os outros. A corrida é apenas do eu. Os outros são mero cenário ou então a forma de se subir na vida. Ignoram os actos heróicos das suas gerações passadas onde se subia a pulso, vendendo terrinha a terrinha, sem contratos, tudo acertado de boca. Sim, naquele tempo valia mais uma palavra dada que hoje um contrato assinado.
O homem ainda não descobriu que a actividade política pode ser das mais dignificantes. Mas precisa de humildade, partilha de ideias e projectos. É uma confusão total verificar que muitas vezes existem boas ideias para o País mas são chumbadas porque estão em minoria. Outras, ideias tão fraquinhas, passam, são aprovadas, apenas porque existe a maioria parlamentar. Terá isto nexo?
O TGV, o futuro aeroporto, tantas obras faraónicas, ainda farão sentido neste contexto de crise? Teremos de ser governados por crianças? Sim. Elas, olham para nós, agem de forma concreta e pura, não fazem nada para nos magoar ou prejudicar. E os actuais políticos? Que fazem?
Brincam com o nosso dinheiro público, roubam-nos, ocupam cargos sem o mínimo profissionalismo, inventam departamentos e organismos do Estado para se servirem, entregam obras pela necessidade de facturação dos seus amigos e esquecem todas aquelas que verdadeiramente são precisas para a população. Onde está a decência da profissão política? Quando veremos crianças a darem formação aos catraios um pouco mais crecidos, que do alto da Assembleia da República, apenas representam teatrinho de segunda. As peças, muito mal estudadas, descoram pelo seu mau gosto. Deveriam ter outras representações: ouvir os cidadãos, apurar ncessidades, estudar soluções, encontrar obras livres de corrupção, legislar, legislar, legislar, projectar, projectar e projectar... Para isso é que foram eleitos, não para troçarem uns dos outros, para disputas de um nível tão baixo, de ataques e contra-ataques pessoais ou partidários. São uns palhaços sem estarem pintados de cores vivas. Aliás, uns palhacitos que só apenas usam o preto, tão negro que todo o verde de esperança que possa existir está submerso de manchas tais que difícilmente desaparecem. Só se for um detergente dos bons, tão bom que levará tanto tempo a actuar, lavando, desinfectando, dando nova cor às atitudes políticas.
A classe política é comparável a uma linda sobremesa que na vitrine iluminada parece tão fresquinha. Depois de servida, corremos para a casa-de-banho, tão estragada que estava a suposta guloseima supostamente dentro da validade. Os políticos estão estragados, tão estragados que dá vontade de vomitar.
Sempre disse aos meus amigos que um dia até gostaria de ter uma experiência mais intensa na política. Já o fiz e sinceramente não gostei. Por isso saí. Mas, se o cenário actual mudasse, bem que gostaria de servir o meu País, a causa pública. Neste contexto, só uma pessoa de pouco senso o aceita, ou então os que não têm escrúpulos. Para nos queimar com a injustiça, para se estar exposto a boatos de podridão, para ser subserviente aos banqueiros, aos gigantes da economia... Isso não quero.
Precisamos, tal como no futebol, que as crianças povoem a Assembleia da Repúiblica. Necessitamos apenas que os políticos percebam que não governam apenas para eles mas também para as futuras gerações, onde também podem estar incluídos os seus filhos. Mas, até isso esquecem. Nos jogos de futebol, para promover o desporto desde tenra idade, mas também para não instigar a violência nos estádios, as crianças servem para que os corações percebam que é delas o futuro. Porque não estão mais presentes os pequenitos nos assentos parlamentares? Precisamos dos pequenitos para governar à grande porque os mais grandes são tão pequenos, quase rasteiros na sua governação.