COMO A PRÓPRIA EDUARDA DIZIA "MÃE TU ÉS A MINHA ESTRELA CINTILANTE"
AGORA PASSOU A SER A EDUARDINHA, A ESTRELA CINTILANTE QUE BRILHA BEM DO ALTO DOS CÉUS

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Para a Bela, muito bela

Cresço e vivo estes dias
Não encontro a solidão, nem pessoas em multidão
Vivo num misto, entre uma trovoada e um Sol
Soprando com o vento, fazendo uma canção.

Cresço como uma árvore
Com norte e desnorte
Com uma justiça injusta, numa vida curta
Contigo, ao meu lado, sou mais forte, com mais sorte.

Cresço numa liberdade
Com sucesso e insucesso
Mesmo com os exageros da vida
Ter-te comigo é o meu manifesto.

Atravessámos fronteiras impossíveis
De carro ou a nado
Os dois, juntos, com objectivos comuns
Caminhando ao som de um fado.

Gostava de saber o que mais nos espera
Nesta existência grata, mas tantas vezes farta
Várias escolas da vida nos marcam
Recordando momentos, por isso a data.

Num sopro de vida deslumbro a liberdade
Mesmo numa dor profunda, tão funda
Uma menina nos sorri sempre
E no céu, uma estrela nos junta.

A ti te devo o melhor
Que num dia nasceu, viveu
És muito mais que uma mãe
Um dom que Deus te ofereceu.

De ti nasceu uma menina
De uma Bela, nasceu a bela
Duas flores que me encantam
Uma chama que vive, cravada como uma chancela.

Joaquim Santos
Dezembro de 2009

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Ninguém pensa...

Um dia corria e saltava, pintava de azul o céu, julgando que tudo o que era bom não iria embora. Um dia também abria as páginas dos jornais e lia as notícias trágicas que aconteciam a estranhos, àqueles que chamamos "outros". Um dia não imaginava o quanto doia perder alguém que se ama profundamente, ao ponto de deixar de planear, esperar ou ambicionar.
Nestes dias que vivo, nos tempos a seguir aos dias que pareciam eternos de azul, vivo e guardo as memórias que brotam como flores que "povoam" os campos floridos. É nestes dias, quase esquecido por muitos que comigo viviam as emoções do quotidiano, me curvo para ir tranformando o desespero em esperança. Ninguém se julga como eu, quase parecendo que toda a realidade à nossa volta irá continuar da mesma forma. Puro engano... Temos a oportunidade de nos ajudar, de tornar as lágrimas numa "fábrica" de sorrisos, alimentados pela amizade sincera.
Mas ninguém pensa, muito menos quer pensar, que a vida nos vai dando oportunidades atrás de oportunidades, para nos renovarmos e renovar a vida dos que sofrem. O crescimento humano deve ser construído com essa partilha porque ficará enriquecido. Se nos demitirmos de dar mais sentido à vida dos outros estamos a correr apenas para o nosso bem-estar, num acto egoísta. Todos precisamos uns dos outros para vivermos neste mundo tão confuso... Hoje eu, amanhã tu, hoje e sempre... nós!!!
Aqui fica a minha mensagem de Natal, de Ano Novo.
Boas Festas.

domingo, 13 de dezembro de 2009

A palavra obsessão


Quem lê o título deste texto poderá perguntar qual o contexto na aplicação desta palavra obsessão. A razão prende-se simplesmente pelos comentários que se costumam ouvir, dirigidos às pessoas que normalmente homenageiam de forma intensa os seus ente-queridos.

Na verdade, os seus difusores e os seres que são portadores de sentimento tão rasteiro, não imaginam, muito menos sabem, que quando se ama alguém e esse vínculo é cortado pela finitude, a dor é incalculável e o reparo é praticamente impossível.

Especialmente quando se trata de um filho, a ausência, a impotência, a tristeza, remetem-nos para uma encruzilhada da vida repleta de sofrimento. Quem emprega uma palavra obsessão como comentário a alguém que homenageia as pessoas que ama, fico com a certeza absoluta que estamos perante pessoas que não conhecem verdadeiramente o sentimento da perda e do Amor.

Meteu-me confusão ouvir um dia essa palavra para retratar pessoas que não desligam dos seus ausentes deste lado da vida. Como se isso fosse possível… Se um dia experimentassem tamanha dor iriam perceber o quanto nos toca profundamente ver que não voltamos a viver os sorrisos e os bons momentos de outrora. Iriam entender que só nos resta mesmo continuar esta jornada de vida mas com o preceito de homenagem constante a quem amamos. Se fosse o contrário, se conseguirmos desligar, esquecer, ignorar, os seres que amamos mas que não se encontram entre nós, seríamos pedras, autênticas pedras rodeadas de ervas daninhas. Mais do que isso, seríamos pedras frias, tão frias que nem o próprio frio sentiríamos…

Quanto mais existo maior é a minha percepção do quanto teremos que evoluir na vida.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Nasceu uma luz... o meu sobrinho


No início da madrugada do dia 5 de Dezembro, o João Santos Ribeiro, meu querido sobrinho, decidiu ver a luz do dia. Na verdade, este milagre da vida, trouxe até à nossa família, uma tónica de esperança, um renascer de alguns sorrisos que teimavam em surgir.

Com este momento de "luz" lembramos os primeiros momentos da Eduarda de Sempre e tomamos consciência que o Joãozinho tem traços semelhantes com a minha pequena. Fui ao baú e vi as fotos dos seus primeiros dias e tomo consciência dessa realidade, lembrando momentos inesquecíveis do abrir e fechar das mãozinhas, do choro baixinho, do abrir a boca de soninho, dos pequenos sustos talvez originários de sonhos... Depois de visitar o João e a minha querida irmã no Hospital de Santo André, revivi momentos onde também eu me desloquei para ver a minha filha e a sua heroína mãe, por acto que jamais esquecerei e estarei eternamente agradecido. Aliás, qualquer nascimento é um milagre, um toque profundo de Deus sobre nós, tantas vezes distantes e indiferentes a estes momentos de esperança na vida humana.

Agradeço de coração ao Cláudio e à minha irmã Patrícia, pelo facto de nos devolverem alguns sorrisos, mesmo ténues pela dor da largada da nossa Princesa em 2006, mas muito verdadeiros pelo nascimento deste menino que encherá de mais sentido os nossos corações.

Ao João, muita vida, com a esperança no futuro, amor, saúde, a companhia dos seus pais e família do qual me incluo e alguma sorte na vida... Espero viver muitos anos para assistir ao seu crecimento, assente em bases educacionais e premissas de um futuro simples mas feliz.