COMO A PRÓPRIA EDUARDA DIZIA "MÃE TU ÉS A MINHA ESTRELA CINTILANTE"
AGORA PASSOU A SER A EDUARDINHA, A ESTRELA CINTILANTE QUE BRILHA BEM DO ALTO DOS CÉUS

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Para a Bela, muito bela

Cresço e vivo estes dias
Não encontro a solidão, nem pessoas em multidão
Vivo num misto, entre uma trovoada e um Sol
Soprando com o vento, fazendo uma canção.

Cresço como uma árvore
Com norte e desnorte
Com uma justiça injusta, numa vida curta
Contigo, ao meu lado, sou mais forte, com mais sorte.

Cresço numa liberdade
Com sucesso e insucesso
Mesmo com os exageros da vida
Ter-te comigo é o meu manifesto.

Atravessámos fronteiras impossíveis
De carro ou a nado
Os dois, juntos, com objectivos comuns
Caminhando ao som de um fado.

Gostava de saber o que mais nos espera
Nesta existência grata, mas tantas vezes farta
Várias escolas da vida nos marcam
Recordando momentos, por isso a data.

Num sopro de vida deslumbro a liberdade
Mesmo numa dor profunda, tão funda
Uma menina nos sorri sempre
E no céu, uma estrela nos junta.

A ti te devo o melhor
Que num dia nasceu, viveu
És muito mais que uma mãe
Um dom que Deus te ofereceu.

De ti nasceu uma menina
De uma Bela, nasceu a bela
Duas flores que me encantam
Uma chama que vive, cravada como uma chancela.

Joaquim Santos
Dezembro de 2009

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Ninguém pensa...

Um dia corria e saltava, pintava de azul o céu, julgando que tudo o que era bom não iria embora. Um dia também abria as páginas dos jornais e lia as notícias trágicas que aconteciam a estranhos, àqueles que chamamos "outros". Um dia não imaginava o quanto doia perder alguém que se ama profundamente, ao ponto de deixar de planear, esperar ou ambicionar.
Nestes dias que vivo, nos tempos a seguir aos dias que pareciam eternos de azul, vivo e guardo as memórias que brotam como flores que "povoam" os campos floridos. É nestes dias, quase esquecido por muitos que comigo viviam as emoções do quotidiano, me curvo para ir tranformando o desespero em esperança. Ninguém se julga como eu, quase parecendo que toda a realidade à nossa volta irá continuar da mesma forma. Puro engano... Temos a oportunidade de nos ajudar, de tornar as lágrimas numa "fábrica" de sorrisos, alimentados pela amizade sincera.
Mas ninguém pensa, muito menos quer pensar, que a vida nos vai dando oportunidades atrás de oportunidades, para nos renovarmos e renovar a vida dos que sofrem. O crescimento humano deve ser construído com essa partilha porque ficará enriquecido. Se nos demitirmos de dar mais sentido à vida dos outros estamos a correr apenas para o nosso bem-estar, num acto egoísta. Todos precisamos uns dos outros para vivermos neste mundo tão confuso... Hoje eu, amanhã tu, hoje e sempre... nós!!!
Aqui fica a minha mensagem de Natal, de Ano Novo.
Boas Festas.

domingo, 13 de dezembro de 2009

A palavra obsessão


Quem lê o título deste texto poderá perguntar qual o contexto na aplicação desta palavra obsessão. A razão prende-se simplesmente pelos comentários que se costumam ouvir, dirigidos às pessoas que normalmente homenageiam de forma intensa os seus ente-queridos.

Na verdade, os seus difusores e os seres que são portadores de sentimento tão rasteiro, não imaginam, muito menos sabem, que quando se ama alguém e esse vínculo é cortado pela finitude, a dor é incalculável e o reparo é praticamente impossível.

Especialmente quando se trata de um filho, a ausência, a impotência, a tristeza, remetem-nos para uma encruzilhada da vida repleta de sofrimento. Quem emprega uma palavra obsessão como comentário a alguém que homenageia as pessoas que ama, fico com a certeza absoluta que estamos perante pessoas que não conhecem verdadeiramente o sentimento da perda e do Amor.

Meteu-me confusão ouvir um dia essa palavra para retratar pessoas que não desligam dos seus ausentes deste lado da vida. Como se isso fosse possível… Se um dia experimentassem tamanha dor iriam perceber o quanto nos toca profundamente ver que não voltamos a viver os sorrisos e os bons momentos de outrora. Iriam entender que só nos resta mesmo continuar esta jornada de vida mas com o preceito de homenagem constante a quem amamos. Se fosse o contrário, se conseguirmos desligar, esquecer, ignorar, os seres que amamos mas que não se encontram entre nós, seríamos pedras, autênticas pedras rodeadas de ervas daninhas. Mais do que isso, seríamos pedras frias, tão frias que nem o próprio frio sentiríamos…

Quanto mais existo maior é a minha percepção do quanto teremos que evoluir na vida.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Nasceu uma luz... o meu sobrinho


No início da madrugada do dia 5 de Dezembro, o João Santos Ribeiro, meu querido sobrinho, decidiu ver a luz do dia. Na verdade, este milagre da vida, trouxe até à nossa família, uma tónica de esperança, um renascer de alguns sorrisos que teimavam em surgir.

Com este momento de "luz" lembramos os primeiros momentos da Eduarda de Sempre e tomamos consciência que o Joãozinho tem traços semelhantes com a minha pequena. Fui ao baú e vi as fotos dos seus primeiros dias e tomo consciência dessa realidade, lembrando momentos inesquecíveis do abrir e fechar das mãozinhas, do choro baixinho, do abrir a boca de soninho, dos pequenos sustos talvez originários de sonhos... Depois de visitar o João e a minha querida irmã no Hospital de Santo André, revivi momentos onde também eu me desloquei para ver a minha filha e a sua heroína mãe, por acto que jamais esquecerei e estarei eternamente agradecido. Aliás, qualquer nascimento é um milagre, um toque profundo de Deus sobre nós, tantas vezes distantes e indiferentes a estes momentos de esperança na vida humana.

Agradeço de coração ao Cláudio e à minha irmã Patrícia, pelo facto de nos devolverem alguns sorrisos, mesmo ténues pela dor da largada da nossa Princesa em 2006, mas muito verdadeiros pelo nascimento deste menino que encherá de mais sentido os nossos corações.

Ao João, muita vida, com a esperança no futuro, amor, saúde, a companhia dos seus pais e família do qual me incluo e alguma sorte na vida... Espero viver muitos anos para assistir ao seu crecimento, assente em bases educacionais e premissas de um futuro simples mas feliz.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Eu Vou Te Amar


Eu sei que eu vou-te amar

Por toda a minha vida

Eu vou-te amar

Em cada despedida

Eu vou-te amar

Desesperadamente, Eu sei que vou-te amar

Ahhh

Por cada verso meu, cada verso meu

Será para te dizer que

Eu sei que vou-te amar

Por toda a minha vida

Eu sei que vou-te amar

Por toda a minha vida

Eu vou-te amar

Em cada despedida

Eu vou-te amar

Desesperadamente

Eu sei que eu vou-te amar


Eu sei que eu vou-te amar

Por toda a minha vida

Eu vou-te amar

Em cada despedida

Eu vou-te amar

Desesperadamente

Eu sei que eu vou-te amar

Por toda a minha vida


Eu sei que vou chorar

A cada ausência tua

Eu vou chorar

Mas cada volta tua

Há-de apagar

O que esta ausência tua me causou

Eu sei que vou sofrer

A eterna desventura de viver

À espera de viver Ao lado teu

Por toda a minha vida

Eu sei que vou-te amar


(letra de Vinícius de Moraes/ música de Tom Jobim)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

És o vento do Natal



Lembras-te de correres para nós, soltando essa alfazema de pureza em estreita ligação com um sorriso estridente? Como saltavas e te soltavas, quase tornando imóveis as pessoas que te apreciavam, querendo ver essa magia contagiante…

Lembraste do que dizias com os teus apurados sentidos de menina, com preocupações tão anormais para seres da tua idade? E das coisas simples que tanto gostavas, como a pista de bolas de madeira, que tão carinhosamente recebeste num Natal, desfrutando durante muito tempo com os teus gestos de simplicidade. E da casa de madeira, prontamente decorada e habitada pelos bonequinhos articulados ?…

Lembras-te de pedires gelatina, um dos teus doces predilectos? E dos cafés e chás que preparavas prontamente na tua cozinha? Não faltavam as tostas e pizzas, servidos com muito carinho, quase que a dizer que de uma pequena menina se consegue semear a esperança...

Lembras-te de ver desenhos animados de forma tão entusiasmada? Ao nosso colo ou no chão da sala, vias e revias, comentavas e reclamavas, também tu a inventares tantas personagens que incorporavas. Lembro-me do dia em que andámos os dois a saltar e saltitar como macacos, porque tu adoraste a música do Phil Collins que tão sabiamente estava reproduzida no filme “Rei Leão”…

Lembras-te que me lembro hoje e sempre de ti, nesta contenda de dias sem a tua presença física, sabendo que cada pormenor do tempo que passa mais perto nos aproxima desse verdadeiro mundo em que habitas? Não julgava que estas memórias seriam apenas recordações. Pensava que poderíamos continuar a brincar, dançar, enfim… existirmos sempre aqui, para juntos irmos criando outras e outras memórias…

Eduardinha, és vento. Andas em todo o lado, mostrando a todos que vale a pena acreditar, transmitindo essas memórias que ambos transportamos. Porque és vento, sopras esse Bem e Amor que todos sentimos de Ti. Talvez tenha de ser assim… Não fosse o vento e não respiraríamos. E nós precisamos do teu sopro, mesmo que levezinho. Não são apenas as árvores a base dos ventos que nos enchem os pulmões do ar que respiramos.

O teu vento traz uma agitação de paz que tranquiliza e atenua. É esse vento que nos mostra todos os Natais, em todo o mundo, entre todas as pessoas. Então és o Natal, com um vento que nos surge entre as brisas de Deus!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Pintar o céu de azul e verde


Hoje tive vontade de pintar o céu de azul e verde. O azul como cor real, da elevação superior que lhe pertence e o verde como sinal da esperança cúmplice com Deus. Sim Deus. Aquele Deus que Saramago diz não existir, talvez uma triste forma de ver o mundo e de o sentir como criação perfeita...
Mas, elevo os meus olhos para cima e pinto de azul e verde, esperando que nos movimentos dos meus dias, chegue até esse Deus que acredito existir e também me abeire dessa menina que se tornou estrela. É essa menina chamada Eduarda de Sempre que quando chega todas as noites tem o cuidado de na minha limitação, nos momentos que não consigo ver o azul ou o verde, com o seu toque especial, me dá uma luz que me ilumina até chegar todas as manhãs.
Aí, consigo novamente ver as cores, mesmo com a chuva que se assolou neste Outono. Sinto-me iluminado por Deus, pela Eduarda e todos os Seres terrenos que me dão sentido. Agora, talvez seja mais uma oportunidade para vos agradecer o facto de me darem força para conseguir ver essas cores que irradiam e por também obter toda a goma de amor que tão bem sei identificar donde é originário.
As cores e as luzes chegam-nos do superior. E só as conseguimos ver porque acreditamos e porque Deus nos pinta como uma bela tela, como uma valiosa criação "artística" exposta nestas galerias que chamamos países do mundo. É nesta galeria que somos iluminados, dando brilho e beleza às cores. Por quem? Pelas Eduardas de todo o mundo, por verdadeiras estrelas e uma lua, dando origem às melhores das inspirações de Deus...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

As borboletas voam

Por entre os prados verdejantes vejo e contemplo as borboletas coloridas a voarem em gestos lindos, com ondulações e um bater de asas maravilhoso. Querida filha, as borboletas são silenciosas mas dizem tanto nesse voo que tanto admiras. Passei a adorar borboletas desde o dia que percebi que elas pertenciam ao teu mundo. A sua pequenez diz-me tanto que nem mesmo a fineza dos seus tecidos se "perde" nas alturas dos seus voos. Toda a borboleta tem um significado especial, não só pela sua beleza ímpar mas especialmente pela sua inocência e paz que transmite. As borboletas vivem em paz e não lutam entre si. Apenas voam, voam e voam...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A estrela e a chuva

Ontem choveu muito em Leiria. Os raios da trovoada, espelhavam o lado agressivo da natureza. Nenhuma passadeira resistiu aos transeuntes, sem que houvesse água em abundância para quem por artérias leirienses passasse...Sabes filha, gosto da beleza da natureza, do sol, arco-íris, flores, o verde, muito verde... Mas a chuva também faz falta, eu sei...Deus sabe dosear. Deus edificou o mundo com um propósito lógico, trazendo sempre a notícia: VALE A PENA ACREDITAR. Retrato-te hoje e sempre porque foste vista, sentida, ouvida e muito mais. Mesmo com esta chuva e trovoada assustadora, sei que permaneces aí, sempre aí, de perto, bem pertinho, de mansinho...Por vezes parece que sinto um anjinho que sobre mim se abeira. O sonho de te ver novamente não se retira da minha existência. O que sei é que cada dia que passa na minha história mais próximo estarei de o conseguir... Afinal, és uma estrelinha do Alto. Daí, regulas o meu dia-a-dia e o tempo, o meu tempo...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Sentimento tangível

Lembro-me tão bem daqueles dias em que eras barbie. Os teus vestidos e cabelo, no meio das histórias sem fim, no Carnaval de 2005, nos muitos dias por nós vividos, eras aquela boneca inventada, dos mil e um sonhos de fantasia.
Como era tão bom Eduarda da magia. Com essa varinha, os teus toques de palavras e sorrisos, a tua simplicidade conjugada com o bem que transmitias, eram o resultado perfeito da felicidade. Por vezes dou por mim a olhar para as paredes, para os espelhos em que te olhavas, pedindo para ver pelo menos reflectida a tua imagem pura e tão “visível” no meu coração.
Vou continuar filha querida, valorizando o passado, agradecendo o presente e perspectivando o futuro ao teu lado. Nada nos irá separar. Nasceste de um acto de amor e com esse amor irás viver sempre.

domingo, 20 de setembro de 2009

O medo e o Outono

"Pior do que receber um NÃO é a incerteza de um talvez ou o descrédito do quase... Tudo o que deixei de fazer na vida, devido ao talvez ou do quase sem nexo, leva-me a reflectir em tudo o que poderia ter feito ou simplesmente poderia ter sido mas não fui...
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda recordamos, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas oportunidades que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por causa da mania maldita de viver no Outono.Fogem-me as palavras ao mesmo tempo que procuro escrever o que me vai na Alma. Há dias em que os gritos da Alma são exprimidos através de sentimentos, emoções que apenas ganham forma nas palavras, palavras que dão sentido ao sentimento de revolta interior que paira em nós.

Há alguns anos, algumas pessoas partiram e, nesse momento, vivi muita dor, senti muita solidão e conheci de perto a sensação de vazio que nasce em nós quando alguém parte. Hoje, neste preciso momento, estou a vivenciar a saudade dos que partiram da minha vida e, o sentimento de saudade vem apenas relembrar em mim aqueles que se soltaram para a eternidade.

Lembro especialmente a Eduarda e os meus avós... Esta revolta é um presente da vida porque se transformou num momento de sabedoria e reencontro no qual eu e talvez todos aqueles que partiram, que recordo neste momento, nos saudamos e relembramos dos tempos passados. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Existem coisas que não podem ser mudadas... Para os erros há perdão; para os fracassos, oportunidades; para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar a Alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Que a saudade não nos sufoque, que a rotina não acomode, que o medo não impeça de tentar. Temos de desconfiar do destino mas acreditar em nós."

terça-feira, 15 de setembro de 2009

És a força

Continuo a cumprir a minha jornada de vida. Mais do que qualquer palavra possa descrever o sentimento que tenho por Ti, filha querida, remeto todo o meu Ser para a dimensão da luz. Orientado por essa iluminação divina e pelas pessoas que se juntam a mim desejando o melhor, ajudando nesta construção de vida, vou percorrendo a ventura dos trilhos dos dias.
Preciso de Ti para que consiga continuar e para me dotares da capacidade de decidir o melhor possível para me enquadrar com os desafios que se me deparam. Sei que estás aí, estarás sempre aí…

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Ancorar memórias da Âncora

Na sexta, 4 de Setembro, tive de me retirar da associação “A Nossa Âncora” por ter decidido ir estudar e as aulas coincidirem justamente à sexta-feira, dia em que a família desta instituição se reúne em Ourém. Mandei um e-mail a uma das pessoas que integra este grupo para que a mesma fosse lida, mas... parece que o e-mail não chegou. Passo a partilhar com a comunidade que visita este blogue dedicado à Eduarda o meu sentimento na conclusão desta minha missão com a Âncora.

Ancorar memórias...

Texto feito para a reunião da Associação “A Nossa Âncora” em Ourém, no dia 4 de Setembro de 2009.
Todos temos de ser resistentes, mas também flexíveis. A partida de um filho é um teste à resistência profunda. Também é na flexibilidade dos dias e das nossas disposições que conseguimos encontrar algum sentido…
Um dia fui privado de ver fisicamente o Ser que mais amo. Entre o clarão do Sol e a luz ténue da Lua, soube encontrar flexibilidade no meu coração para ajudar outras pessoas, por vezes quase esquecendo que existo. Aliás, não existe sofrimento algum que não me toque profundamente. Como vós, Amigos, muitos quase uma família formada. Consegui aos poucos conhecer muitos corações bons, tomar partido de histórias incríveis dos vossos filhos e ser um privilegiado de receber de todos muitas energias positivas que me ajudaram solenemente.
Quando cheguei à Âncora com a querida mãe da Eduarda, a Cristina, entrei com uma vontade de encontrar algumas respostas, queria desvendar elucidações das minhas dúvidas… Talvez pudesse ser mais e melhor. Igualmente me questiono se recebi o que tanto desejava desta instituição. Mas a vida é mesmo assim. Nem sempre conseguimos as respostas às nossas perguntas. Aliás, o ser humano é um perseguidor directo e absoluto das respostas, a maioria das vezes sem potencialidade de alcançar a sua satisfação.
As verdadeiras respostas residem no coração. Por vezes, procuramos em todo o lado e não encontramos soluções, muito menos respostas exactas. Nem as ciências são exactas, muito menos o Ser Humano em luto, envolto no maior dos sofrimentos terrenos.
Também não existem pessoas perfeitas, incluindo nessa análise nós próprios, muitas vezes autênticos sábios em ignorar ou fingir que não olhamos para os nossos defeitos. O melhor dos depoimentos humanos não é perante um Tribunal quando se confessa um algum crime. O depoimento superior é quando, através desse coração que nos faz viver fisicamente, conseguimos ter a capacidade de analisar e perceber o que somos.
Nestas reuniões da Âncora eu aprendi muito e recebi imenso. Nestas reuniões da Âncora encontrei pessoas que me levantaram a alma e até me fizeram sorrir. Nestas reuniões da Âncora fui ancorado a pessoas muito boas, admirando toda a coragem que me transmitiram nas suas histórias reais.
Talvez pudesse ser mais, por isso peço com humildade desculpa. Dei o que pude, fiz o que pude, mas sinto que, mesmo assim, ainda foi pouco. Hoje, perante o que me aconteceu, com a largada da Eduardinha para o mundo das Estrelas, para perto de Deus, sinto que a humildade e a simplicidade são os segredos para a minha essência de vida. Acreditem que me arredei de muita coisa. Das vaidades, protagonismos, de entrevistas e entrevistados... Nas poucas entrevistas que concedi mostrei sempre alguma resistência, perguntando sempre se era mesmo comigo que queriam falar. Mas uma coisa eu entendi. Alguém tem de o fazer e existem muitas pessoas que precisam de força, de fé, de entenderem que não estão sozinhas nesta provação terrível.
Descobri que deveria dar um pouco de mim, mas acabei por receber muito mais de todos vós, facto que agradeço. Era esta a mensagem que vos queria transmitir.
Hoje, perante a necessidade de estudar, tendo aulas às quintas e sextas. Durante dois anos, vejo-me impedido de dar continuidade à minha modesta colaboração com esta instituição. É com tristeza que vos comunico este facto real da minha vida. Mas, não indo a esta reunião, não quis deixar de vos legar uma palavra apenas: OBRIGADO.
Nesta minha retirada não pensem que deixarão de ter um lugar no meu coração. Pelo contrário. Irei continuar a crescer, a viver, a perceber que todos vós caminham no mesmo trilho e, quem sabe um dia breve, nos voltaremos a cruzar nesta estrada da vida.
Ao terminar este meu testemunho, peço à Fá que leia a oração que está nas páginas finais do meu livro "Estrelas que Voam para os Céus". É uma oração de alguém que quer ser anónimo, porque nem sempre um autor se deverá revelar.
Desejo-vos o melhor e sempre que precisem contem comigo.
Até já, até breve.
Joaquim Santos

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Sublime sentimento

Hoje, sobre a orla do pensamento, sobre o encaixe perfeito do coração, queria mais um dia perto de Ti, mais uma hora a ouvir as tuas frases de sonho ou mais um minuto que fosse para sentir o teu toque que me transforma.
Uso a esperança como força de vida, numa perspectiva de continuidade. Gostaria de te dizer tanta coisa que ficou por falar, de partilhar contigo esta força de viver, de subirmos até aquele cume da montanha do Amor. Existes, irás existir sempre, como uma necessidade vital, como algo insubstituível para o existir.
Junto ao mar, no campo, ladeado das tuas flores preferidas (margaridas e papoilas), inspiro e expiro, experimento a fechar os olhos, sentir a brisa e o vento. É aí que te sinto tanto. No vento, aquela força que leva para longe e tão depresa também nos pode surpreender com algo de precioso... Eduarda, tu resides no vento, nessa força da natureza que nos leva mas também traz...
Uma estrela não tem de permanecer sempre nos Altos. Por vezes vem cá baixo e toca-nos. E quando vais com esse vento, sei que voltarás sempre para me tocar. Tu, Eduarda Peregrina, Menina das flores e dos passarinhos, da simplicidade e do Amor, fortaleces-me em cada dia que passa. Mesmo que baixe a cabeça, és tu, aquela menina que com o vento me levanta e me introduz a vitamina que me faz caminhar e orientar.
Um beijo de Sempre Eduarda.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Hoje fui viver de perto o "Vitinho"

Na Igreja Paroquial de Parceiros, hoje fomos lembrar o "Vitinho", um jovem que partiu deste mundo há precisamente um ano... O sinal evidente de Deus, foi muito bem destacado pela celebração do Pe. Adelino Ferreira que num feliz exemplo recordou a vida e sentimentos de Santo Agostinho.
Que momento contagiante, saber que na vida desse Santo, embora num momento tardio da sua existência, mesmo assim, sentiu a grandeza de Deus, apesar de ter mais de 30 anos de vida arredado dessa fé... E foi o próprio Santo Agostinho, com o seu irmão, em Roma, que perante a morte da sua querida mãe, lembrou que é perante Deus e do que Dele esperaremos, que conseguiremos através da fé a nossa salvação.
Estavam muitos amiguinhos do "Vitinho" e eu como amigo recente pois não o cheguei a conhecer... Que Deus ajude os seus pais e irmã nesta jornada difícil. Que juntos saibamos encontrar o caminho, os desígnios de Deus. No livro que publiquei "Estrelas que Voam para os Céus" encontrei belos exemplos de pessoas que mesmo perante o mais difícil conseguem encontrar trilhos que fazem chegar mais perto do Criador e creio Acolhedor.
Que o "Vitinho", esteja junto da Eduarda, junto de um campo de margaridas, de papoilas, de malmequeres... Que juntos saibam perceber que também um dia estaremos lá, naquele cenário que só existe em nós no imaginário, no lado das melhores inspirações humanas, mas nos nossos filhos que já efectuaram essa passagem, já o percepcionam e vivem intensamente.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Site que evoca a lembrança de quem se ama: RECORDAR-TE - PARA SEMPRE NA NOSSA MEMÓRIA

Encontrei um site que mereceu a minha atenção e carinho... Chama-se "Recordar-te - Para Sempre a Nossa Memória... De imediato entrei em contacto com o seu promotor e inseri um espaço dedicado à Eduarda de Sempre.
Esta é apenas mais uma das maneiras que encontrei para homenagear a minha menina de Sempre pela sua impressionante e maravilhosa forma como ainda me consegue orientar, dar sentido e esperança.
Peço que visitem este site em:

http://www.recordar-te.com/ver-memoriais/País-de-Nascimento/Portugal.html

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A vida faz sentido

Percorro o tempo que me resta com uma simples esperança: mais tarde ou mais cedo, também eu me irei cruzar com a minha alma peregrina, aquela menina que voou para os Céus, para junto de Deus.

Não sei se serei merecedor tal como as meninas e os meninos que já se encontram nessa dimensão. Nas minhas atitudes, no meu dia-a-dia, com as minhas absolutas imperfeições, mesmo assim tento rumar para o "país" das virtudes, onde só o Amor e a Paz têm lugar.

Tu Eduarda, mais cedo ou mais tarde, havemos de estar juntos de novo. Aqui, neste blogue, deixo uma mensagem, um legado infinito: neste mundo amei, no outro amarei SEMPRE.

Vivo com esperança. Vivo com certezas. E nessas esperanças e certezas, sei muito bem que nascemos e havemos de morrer. Toda a semente lançada, brota e é colhida para o celeiro.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Recordamos hoje o dia do teu baptizado...

Há oito anos, exactamente neste 12 de Agosto, foste baptizada na Igreja Paroquial de Colmeias. Na altura, fizemos questão que viesse celebrar o Amigo Padre José Augusto. O simbolismo desta cerimónia foi de alegria enorme por saber que te juntavas ao sentido de Deus, embora fosses sempre membro integrante do seu acolhimento.

A água do teu baptismo era fria? Choraste um pouco mas depressa passou essa reacção normal, muito compreensível…

Eduarda, lembramos-te sempre. Todos os que aqui ficaram sentimo-nos tão perto de tudo o que nos legastes. O teu ensinamento de criança sábia mas tão simples, continuam a tocar-nos de forma cristalina.

Tu, os passarinhos, as florzinhas como uma margarida dos campos floridos e toda a tua forma de ser pura, continua a fazer ecoar uma simples mensagem: esperança.

Obrigado por existires SEMPRE.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Amo-te, Amo-te, Amoooo-te

Olhamos as figuras do bem
Com o amor de laços e sentir
Os anjos sorriem também
Com uma luz a reluzir…

Partimos e deixamos memórias
E os corpos despidos de tudo
A alma cansada da história
Faz-nos olhar para o Céu, sobretudo…


Refrão
O Amor é o olhar
É sentir mais que fundo
É tão bom saber que a amar
Quase voamos sobre este mundo

Recrio canções e paixões
Revivo gigantes e anões
Barbies e contos de fadas
As Princesas, Eduarda e as emoções

Amo-te, Amo-te, Amoooo-te
Menina deste Universo
Amo-te, Amo-te, Amoooo-te
Voltar a ver-te de novo é simplesmente o que peço


Foste sonho e paisagem
De uma história de amor que ficou
A tua vida não foi uma passagem
Tudo em ti perdurou…

Uma mensagem de esperança deixaste
Simples cenário de campo florido
Sempre simples, encontraste
Um recado no meu ouvido…


Refrão
O Amor é o olhar
É sentir mais que fundo
É tão bom saber que a amar
Quase voamos sobre este mundo

Recrio canções e paixões
Revivo gigantes e anões
Barbies e contos de fadas
As Princesas e emoções

Amo-te, Amo-te, Amoooo-te
Menina deste Universo
Amo-te, Amo-te, Amoooo-te
Voltar a ver-te de novo é simplesmente o que peço

Amo-te, Amo-te, Amooo-te…

Letra: Joaquim Santos, pai da Eduarda de Sempre

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Minha filha adorada

No meu imaginário ainda te vejo a correres para mim. Na colagem ao meu corpo, abraçavas-me, dávas aqueles beijos inesquecíveis e olhavas de soslaio. Quando apertava com mais intensidade querias soltar-te, quase a dizer que exagerava na vontade de te ter junto de mim. Era assim que acontecia, lembras-te Eduarda? Queria tanto apertar-te junto do meu corpo que talvez fosse o meu instinto a pressentir um desfecho na Terra.
Sobre a erva verde dos vales, corre a água que desce da montanha, nos riachos povoados de pequenos peixes. O Sol vai alto mas clareia grande parte da planície verdejante, quase parecendo esse paraíso imaginário do Céu. Quero que saibas, onde tu estiveres e com quem estiveres, que te imagino a correres sobre as florzinhas que colhíamos. Aquelas pétalas coloridas, as borboletas a voar e os passarinhos nos seus voos rasantes e livres, são o cenário perfeito do espaço que continuas a ocupar no meu imaginário mas que desejo que o mesmo seja verdadeiro. Quem sabe minha filha? Quem sabe o Céu não seja mesmo esse jardim que costumamos descrever, onde só os bons conseguem desfrutar?
O meu coração bate para existir. Mas bate igualmente por ti. Todo o meu amor e saudade, dão-me uma sensação de frescura, pelas memórias guardadas de simplicidade de vida que conheci em ti. Deus não se esqueceu de ti, não se esquece de nós. Quero acreditar que nos reserva algo de bom, que o melhor ainda estará para vir. Se sou tentado tantas vezes a pensar que não valerá mais a pena esperar seja o que for desta vida, apareces tu, com a tua força e poder, a puxares-me para cima, dizendo em segredo que não me queres assim.
Sabes que ainda sinto o teu toque? Sabes que ainda tenho o teu cheiro? Sabes que ainda ouço a tua voz estridente? Sabes que ainda recebo as lufadas do teu amor? Sabes que ainda brinco como o fazíamos nos nossos cantos e recantos?
De cabeça para baixo, olho o chão que pisamos e sinto-me deslocado. Por vezes, sinto-me amparado, alguém me levanta e faz com que ouça as suas vozes a dizerem: a força do infinito e tudo o que te espera é muito superior a toda a relatividade da vida na terra. A verdadeira existência espera-te na luz das estrelas e no brilho de toda a sua magia. É neste momento que me sinto perto e cúmplice de Deus e de Ti, minha querida filha Eduarda. Ambos, levantam a minha cabeça, fazendo que olhe toda a beleza do Céu, esquecendo as pedras do caminho, de um chão cheio de abismos.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Querida filha Eduarda






O mundo e a vida foram feitos com um fim. Esse terminar de ciclos, de vivências, trazem a cada um de nós experiências que vão construindo todo o nosso ser. Cruzamo-nos com pessoas que vão dando colorido ao nosso mundo, à consciência que temos, de modo a obter objectivos maiores…
A tua singularidade traz até mim a essência do bem. Procuro-te em todo o lado, em cada canto e recanto, em cada rosto que me cruzo. A seiva desse tronco que estrutura cada existir mostra-me em cada passo que dou a revelação da existência de seres que nos vão dando ânimo, outras esperanças…
Que Deus me elucide em cada dia que me resta a distinguir todos os momentos e a seleccionar todas as pessoas que comungam estes instantes. A tua cor-de-rosa é uma imagem que me inspira. Queria que me ajudasses a continuar a ser a soma do teu orgulho. Jamais te queria decepcionar. Dá-me a luz dos teus dias, aquela que alumia a todas as horas. Permite que quem privilegie nos meus dias, seja para mim e para todos, uma pura mensagem da esperança de sempre.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O espaço de debate da Rádio Antena Livre de Gouveia.
Semanalmente, convidados em estúdio debatem grandes temas da actualidade com a participação do público em antena aberta.
Todas as sextas feiras às 21 horas, com reposição aos sábados.

O tema do primeiro programa, no passado dia 26 de Junho, "O luto dos pais que perdem os filhos". Joaquim Santos, jornalista que passou pelo drama de perder a sua filha, e
e autor do livro "Estrelas que Voam para os Céus" esteve em estúdio assim como a Psicóloga Susana Amaral, e o Padre Brito.

http://antenalivredegouveia.blogspot.com/

domingo, 28 de junho de 2009




Ao lerem este “Estrela Cintilante”, irão constatar que esta menina já era uma estrela, mesmo sem disso dar conta. A magia de fada e encanto de princesa, colocavam a Eduarda numa agitação tal que nem se apercebia que ela própria vivia num mundo de luz, sobre uma realidade que nos colocava a pensar, quase querendo agir. Para ela, o bem, o amor, a amizade e sobretudo a família, eram valores inquestionáveis. Algumas pessoas se tornaram aliados incondicionais, como o seu primo Nuno, que com ela dividiu tantos momentos, mesmo sobre uma pressa que não se percebia… Volvido este tempo, talvez entendamos melhor hoje o que naquele passado não vislumbrávamos.

As suas palavras e modelos de vida, são a música que ecoa dentro de mim e a imagem que orienta os meus rumos.

Talvez nunca conseguiremos entender muitos factos do nosso existir. Desistamos se o quisermos fazer. Nunca o conseguiremos.
ESTRELA CINTILANTE
Venda do livro "Estrela Cintilante", lançado a 21 de Junho de 2009, 13 euros (com portes incluídos). Pedidos pelo telefone 939 688 866 ou email: joaquimmanuelalvessantos@hotmail.com

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Caros Amigos:

HOJE, 26 de Junho, das 21h00 às 22h00, vou dar uma entrevista no programa "Uma Vez por Semana", na Rádio Antena Livre, de Gouveia. Trata-se do primeiro programa de uma série que será dinamizada nesta estação pela amiga LILIANA CARONA. Não querendo fazer qualquer promoção pessoa mas ao programa, deixo o desafio de ouvirem. Para o efeito entrem neste site e cliquem no símbolo que tem uns auscultadores: http://www.radios.pt/portalradio/conteudos/ficha/?radio_id=204 Podem também visitar o

blogue da Liliana em http://antenalivredegouveia.blogspot.com/

Cumprimentos a todos.

Joaquim Santos

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Edição de Livro: Estrela Cintilante




“Estrela Cintilante” encheu de luz o Jardim-Escola João de Deus
Casa cheia para acolher o livro da esperança e amor

O local escolhido para o lançamento do livro “Estrela Cintilante” de Joaquim Santos, pai da Eduarda, a menina que se tornou estrela no dia 18 de Maio de 2006, foi o mais indicado porque foi naquelas paredes que a menina dos mil sorrisos cresceu e foi feliz. Numa tarde envolta de emoção, no dia 21 de Junho, no Jardim-Escola João de Deus de Leiria, viveram-se autênticos momentos da celebração da vida, recordando sorrisos, gestos, palavras, sentimentos, desejos e sobretudo a esperança, com a apresentação do livro “Estrela Cintilante de Joaquim Santos.
A razão de ser do livro “Estrela Cintilante” deve-se à história e estórias da menina princesa e também a um dos momentos de cumplicidade havido com a sua avó Maria, quando numa recusa a um pedido de uma prenda, por impossibilidade do momento, reclamou com ela, dizendo-lhe “nunca me dás nada”. A avó, olhando para a sua neta, perguntou mais ou menos assim: “ai é, não te dou nada?”… A Eduarda de Sempre, uma verdadeira estrelinha, nem deixou a sua avó prosseguir, apercebendo-se dos grandes valores do coração, respondendo convictamente: “dás, dás, deste-me uma estrela cintilante que é a minha mãe”.
Foi ao som de uma sessão musical com André Ferreira, do Orfeão de Leiria, vencedor do concurso “Jovens Talentos” que ecoou na sala, melodias que pareciam falar através da sua guitarra. Cada toque, cada som, traziam uma mensagem, algo que transmitia paz, serenidade e sentido para aquele dia.
Vera Sebastião do Jardim-Escola João de Deus, abriu a sessão, com a apresentação de um filme realizado pelas crianças do Jardim-Escola João de Deus que leram a história com os professores, resultando numa comovente apresentação do “Estrela Cintilante”.
Num olhar cúmplice para o pai da Eduarda, Vera Sebastião afirmou “A Estrela Cintilante passou pelo Jardim-Escola… não só na história que acabámos de ouvir contar, mas a verdadeira que a história retrata. Todos somos mais ricos por isso! Todos sentimos que foi um privilégio!”. Vera Sebastião adiantou ainda que “Na realidade, só vendo e pensando com o coração conseguimos ver estrelas em meninos e meninos em estrelas… só pensando com o coração, acreditamos que todos somos estrelas, estrelas guias e guardiãs… estrelas que inspiram poetas, que confortam sofredores e acalentam sonhadores…”.
Sobre Joaquim Santos, disse: “Apraz-me salientar que especialmente o Joaquim, no seu brincar com as palavras, é essencialmente coração. Fala-nos sempre com uma linguagem especial – a linguagem dos afectos. Especial porque é uma linguagem que tanto nos toca e que reconhecemos como base fundamental para todos os momentos felizes pelos quais vamos passando na vida. Na sua linguagem de afectos, fala-nos de emoções, sentimentos, ternura, bondade, lealdade, dedicação, tolerância, perdão, amor…”.
Posteriormente, Vera Sebastião leu um texto enviado por Andreia Varela, pois por motivos de força maior não pode estar presente. Na qualidade de amiga do autor, coordenadora do projecto da publicação do livro através da editora Papiro e também por ter prefaciado a obra, na sua missiva destaca-se o momento em que refere “Parabéns a você nesta data querida, sim porque esta é uma data querida a todos os presentes... faz anos que a Eduarda nasceu. Acredito na força que um filho tem para unir, para fortalecer e alegrar as pessoas, por isso a importância da nossa reunião aqui hoje... Lembremos Eduarda como criança que sempre foi... pois ser criança é assim... correr até ficar sem fôlego, rolar pelo chão sem medo de se sujar, dizer o que vier à cabeça e fazer de qualquer coisa uma brincadeira. Época da vida da qual temos saudades quando envelhecemos. E é exactamente por isso que esta menina-estrela, que brilha em cada um de nós, mesmo que não a tenhamos conhecido, é especial, continuará sempre a ter a inocência como principal característica, e nós, vamos resgatando através das nossas lembranças a sua essência, o seu brilho. Deixo aqui o meu testemunho de sentimentos, cada vez que Eduarda bate à porta do meu mundo, especialmente para o pai Joaquim e para a mãe Cristina...”.
Vera Sebastião para além de coordenar a mesa, descreveu o envolvimento do Jardim-Escola João de Deus nesta edição do “Estrela Cintilante”, assim como também explicou o estreito relacionamento que existe entre o autor e aquele estabelecimento de ensino. Ouvir Vera Sebastião “…………..”, trouxe a todos os presentes uma sensação de lucidez, de percepção clara dos motivos e fundamentos do acontecimento daquela natureza naquela escola.
Seguidamente falou Ricardo Moreira, o autor dos belos desenhos que constam no “Estrela Cintilante”, feitos visivelmente com muito carinho, ternura e envolvimento com a Eduarda. Na qualidade de artista plástico e de primo da menina que é protagonista desta história, o jovem promessa de apenas 18 anos, disse “recordando os momentos partilhados com a Eduardinha, agradeço o convite para ilustrar a obra da minha prima, estando orgulhoso e grato por esta oportunidade”. Não era para menos, pois era visível o deslumbramento com os desenhos das quase 150 pessoas presentes na cerimónia.
Com uma voz de extrema ternura, coube a Ana Paula Mabrouk, também ela escritora, a apresentação e análise do livro “Estrela Cintilante”. Com uma segurança tocante, disse que “há livros que devem ser lidos com os olhos e o cérebro, outros com os olhos e as mãos e ainda outros com os olhos e com aquele órgão tão físico, porém residência dos sentimentos mais profundos, que se chama coração”.
Ana Paula Mabrouk, procurou definir o significado de estrela cintilante, retendo nas definições obtidas que estrela era “Astro que tem luz própria e que está vivo. Sorri e pensei que afinal os dicionários não serão desprovidos de coração. Pois é de uma estrela viva, que habita entre nós, de que este livro nos fala”.
Mas a quem coube efectuar a apresentação do livro, chegou a lembrança que o mesmo não fala de uma, mas de duas estrelas, aquilo que em termos científicos se chama estrela binária. De novo procurou, investigou e encontrou: “Termo utilizado para designar pares de estrelas suficientemente próximas uma da outra para existir uma ligação de atracção mútua que as obriga a descrever uma órbita em torno do centro da gravidade comum”.
Ana Paula Mabrouk disse que “existem seres que não foram feitos para estar presos a um só mundo, mesmo rodeados de amor infinito. A sua vocação é muito superior aos sentimentos terrenos, por muito pobres que sejam. E só Deus tem os que mais ama junto de si…”. Continuando a descrever o “Estrela Cintilante”, diz-nos que o livro “conta-nos a história da amizade entre a menina dos mil sorrisos e uma estrela de guarda. Juntas, através de histórias inventadas e de histórias reais, passam a ser difusoras de mensagens através de luz”.
Quase no final da sua intervenção, sobre Joaquim Santos afirma “Este livro só poderia ser escrito por alguém que percorreu um longo caminho de aprendizagem, que feriu os pés e arranhou a alma nas pedras duras e agrestes, mas que soube retirar pérolas de sabedoria onde muitos desistiram e soçobraram”. Ana Paula Mabouk termina exactamente com as frases do final do livro “Estrela Cintilante”: “De quando em vez, alguém diz avistar duas estrelas de mãos dadas… O que seria de toda a beleza de Deus sem a luz das estrelas?”.
Joaquim Santos, dá seguimento à sessão com uma nota explicativa sobre a vida e a morte. Assertivamente diz aos presentes que “Três anos volvidos, parece que a agitação do dia-a-dia, nos pode sugerir que justificava andar sem quase não se falar no assunto. A partida da Eduarda, não é um drama ou assunto a desviar. Penso que erradamente, muitas pessoas evitam falar sobre a morte, esse estado inevitável que todos experimentaremos. Prefere-se falar sobre a vida porque parece que se vive tão intensamente que julgamos nunca nos confrontar com essa realidade. A nossa espécie, na sua maioria, prefere existir quase enganada, sem capacidade de perceber que existem dois lados existenciais. Desviam o assunto entre adultos e crianças.”.
Explicando a razão de ser da apresentação do livro, naquele espaço, o pai da Eduarda comenta que “Falando de vida, foi nesta escola, neste espaço, que a minha heroína se sentiu mais viva. Fiz questão de apresentar este livro no Jardim-Escola João de Deus, pela simples razão de que quase metade da existência da minha menina foi passada dentro destes muros da Avenida Marquês de Pombal. Aqui aprendeu as primeiras letrinhas e os números, desenvolvia a cartilha, mas também evoluía com uma educação mais sólida, com uma perspectiva de se inserir no mundo com mais responsabilidade. Mas… aprendia tudo isso a brincar, a correr, a sorrir, a representar, a inventar, até a fazer pequenos disparates, tão comuns nos pequenos da sua idade. Para mim, todo este espaço me diz muito.”.
No contexto e razão de ser da história, o autor da publicação adianta que “Vivemos sobre o abismal desconhecimento absoluto de muitos dos mistérios. E estas são perguntas que nos fazemos a nós próprios… Quantos de nós aqui presentes conseguirão responder com clareza a alguns dos aspectos que retratam a existência e posteriormente a ausência desta? Vivemos uma vida inteira com as mesmas perguntas, as mesmas dúvidas.”.
Ao terminar a sua intervenção, o pai da fada que agora é estrela, partilhou com todos que “Agradeço à Estrela de Sempre, por me ter conduzido hoje até Vós. Sobre a esperança, aspiro um dia ser merecedor, de conseguir chegar a um cantinho bem pequenino, e deslumbrar a grandeza do espaço que a Eduarda ocupa. Hoje a Eduarda fez nove anos. Nasceu no dia 21 de Junho de 2000, no Hospital de Santo André, pelas 16h15. Hoje, volvidos nove anos, quis assinalar o seu aniversário naquela que considero ter sido a sua segunda casa, o Jardim Escola João de Deus.”. As suas últimas palavras daquela tarde “milagrosa” são para a sua filha: “Eduarda, sobre a luz das estrelas tua amigas, viemos celebrar a vida. Só faz sentido celebrar a vida, seja onde estivermos, com quem estivermos. A vida não acaba, nunca termina. A vida é algo precioso, aqui e em qualquer parte das dimensões da existência.”.
Terminou a sessão do lançamento do “Estrela Cintilante” com a sessão se autógrafos de um livro que erradia luz penetrante, sobretudo nos corações.

Clara Silva

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Se soubessem…


Se soubessem o que me vai na alma, quanta dor sinto por não te ter junto de mim…

Vejo sorrisos a mais, alegrias contagiantes, euforias quase inexplicáveis para o meu pequeno mundo… Fez 3 anos no dia 18 de Maio que foste para o Céu e mais parece que muitas pessoas já se esqueceram que pertences ao mundo das estrelas.

Não se imagina a dor, as lágrimas que saem dos olhos e as outras que jorram no meu íntimo. Mas em mim existes, também em todas aquelas pessoas que te fizeram o Ser maravilhoso que para sempre serás recordado.

O mundo corre, balanceando entre a alegria do ter e fazer. Por vezes, esse mesmo mundo que me rodeia, joga para o passado, toda a minha realidade, o meu estado triste e cabisbaixo de não te ter junto de mim. Mas não és passado. És presente bem presente, mais viva do que nunca, minha Eduarda de Sempre.

Se as outras pessoas soubessem… ainda bem que não sabem porque não iriam soltar os risos estridentes que lançam no espaço, neste mundo confuso e por vezes injusto…

No dia 21 de Junho, serás evocada através do livro que publicarei em tua memória… A edição “Estrela Cintilante” contará uma história onde tu és a protagonista, com os teus exemplos de vida. Gostaria que muita gente partilhasse esse momento…

terça-feira, 2 de junho de 2009

terça-feira, 19 de maio de 2009

A Estrela de todos os dias


Fez no dia 18 deste mês de Maio… 3 anos que partiste para junto de Deus. A estrela que és agora ilumina os dias e noites de todos os que por cá ficámos, no lado de cá da dimensão superior que já conheces.

No próximo mês de Junho, no dia 21, completarias 9 anos de idade. Corta-nos o coração, de apenas imaginar cresceres ao nosso lado. Porque esse desejo não se tornou realidade?

Vives no mundo da luz. Vejo que aqui não se sabe caminhar, estar, amar… O Homem caminha para uma degradação emocional. Muitos não desejam o bem dos outros, muito menos se toleram, entre-ajudam…

Quero que saibas que toda a tua família ama essa Estrela Cintilante que és… da forma mais subtil e bonita que conheci neste mundo. Mesmo que muitos amigos sigam as suas vidas, quase parecendo que ignoram que existas (isso magoa-me), apenas vendo o seu mundo e tudo os que os rodeia, que saibas que a tua família redescobre a cada instante, o profundo Amor por ti…

Nestes meses de Maio e Junho existem dois dias que nos tocam mas todos eles são iguais: todos eles nos tocam porque têm algo em comum, estão repletos de uma saudade sem fim, do crepúsculo momento do olhar das manhãs ao tímido ofuscar de uma noite de luar.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Mãe querida


Junto do degrau da banheira, disse-te um dia que nunca te iria abandonar. Sei que agora duvidas, te questionas, porque já não me vês como outrora. Que saibas que estou mais perto de ti que nunca, vigilante, protegendo os teus passos e orientando as tuas defesas para esse mundo tão confuso.
Recordo-te nos meus melhores momentos. Naqueles instantes onde sempre estiveste para me dares as asinhas de Princesa. Sim mãe, dotaste o meu mundo de coisas tão belas. Senti-me imensamente amada, compreendida e tocada por essa ternura de mãe. Foste uma rosa sem espinho porque só brotava de ti a doçura do carinho que tanto me tocou, rasando pelos suaves beijos, tocada pelas tuas tão macias mãos que me envolviam a ti e penteavam o meu cabelo.
Recordo todos os momentos que vivi nesse lado da vida. Mãe, aqui onde estou não choramos. Tudo é intemporal. Em breve estaremos novamente juntos e nenhuma fronteira, nenhuma morte nos separará de forma abrupta, inesperada…
Quero dizer que agora já não faço birras como antes e nem me conhecerias por já não ser tão teimosinha. Sabes do que tenho mais saudade? Da nossa cumplicidade, de todas as razões que tínhamos para estar uma com a outra. Sempre era tempo de sorrir, de corrermos uma para a outra, como naqueles filmes em câmara lenta.
Estou feliz, muito feliz, porque te destacas desse mundo, como a rosa mais bonita desse jardim que é o mundo. Aqui de cima avisto-te, percebo e acompanho os teus passos, o teu… o nosso mundo. Somos três que caminhamos, continuamos a percorrer o tempo, como modelo geral de felicidade. Eu, tu e o papá. Amo os dois, com um amor do tamanho do mundo, como costumava dizer, lembraste?
Até já mãe querida, em breve verás os meus olhos crepúsculos e eu estarei presente no coração maior, aquele que me fez perceber o que é ser uma filha imensamente amada.

Eduarda de Sempre

terça-feira, 14 de abril de 2009

Eduarda Sempre

A "Grande Entrevista" da jornalista da RTP, Judite de Sousa, destacou Emília Agostinho, Presidente da Associação de Apoio a Pais em Luto. Nesse programa televisivo a Eduarda esteve presente com algumas memórias desta heroína que continua a tocar nos corações de muita gente. Veja o programa, através deste link que disponibilizamos neste blog ESTRELINHAS DO CÉU:

http://ww1.rtp.pt/blogs/programas/grande_entrevista/?k=1-parte-do-programa-de-2009-03-26.rtp&post=1266

Joaquim Santos

quinta-feira, 26 de março de 2009

Lago da Eduarda

Recordo aqui um bailado lindo que fizeram em tua memória. Eduarda, a peça “O Lago dos Cisnes” és tu no teu melhor, Princesa dos melhores dos Sonhos…
Agora, recordamos-te mas também te vivemos. Numa pura homenagem por aquilo que continuas a ser, serás destaque num livro, revista, vídeo, programa televisivo ou num espectáculo? O mais importante é uma rendida homenagem pela menina que continuas e continuarás SEMPRE a ser para todos os que te conheceram. Sabes que mais? Vais ganhando dimensão na vida de tanta gente que vai conhecendo a pouco e pouco, nestes meios de comunicação a que nos temos referido a ti com carinho, admiração e muito Amor.
Filha linda “da mamã e do papá” como tu bem dizias, estaremos sempre por perto… A distância não existe mesmo sabendo que estás longe.

Recordamos-te aqui e sempre, convidando os visitantes deste site a olharem o bailado em tua homenagem: http://www.youtube.com/watch?v=gakwjOFy6t4

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

"Avó, tu deste-me uma estrela cintilante que é a minha mãe”


Sei que agora moras no mundo das estrelas na estrela mais cintilante que bilha lá do alto. O tempo continua a passar, a dor não abranda e só nos resta continuar a reaprender a viver. A existência tem um sentido diferente, onde os valores da vida não são os que se guardam numa garagem, num cofre, num depósito bancário, no supérfluo… Os verdadeiros valores da vida moram no coração, junto daqueles que vivem ao nosso lado e amamos, em tudo o que vem profundamente de dentro de cada um de nós.
Eduarda, foste a mais linda história de amor que vivi/conheci. Um dia, sentada no sofá, sobre um instante de um pedido de uma barbie à avó Maria, perante uma recusa, disseste-lhe “óhhh avó tu nunca me dás nada!!!”. Retorquiu a avó dizendo que “ai não?”. Impedindo de continuar a resposta da sua querida avó, disseste peremptoriamente “dás, dás, tu deste-me uma estrela cintilante que é a minha mãe”.
Na lonjura vives agora mas recordo a certeza maior que deixaste quando me disseste num banho “Mãe, um dia, quando eu for crescida, vou casar com o meu marido mas venho ver-te todos os dias”. Parece que a primeira pretensão não foi realizada mas tenho a certeza que és a minha guardiã, seja onde estiveres e com quem for a tua companhia.
Como estrela que és, deixa-me dizer-te que tu sim és verdadeiramente cintilante. Todos os que te amam, os que acompanharam os passos do teu crescimento, sentem a tua varinha de fada fazendo romper estrelas de magia, iluminando horizontes, conferindo orientação estrelar.
Termino esta breve intervenção neste “Estrela Cintilante” com uma mensagem simples mas tão pura na sua verdade: a tua vida ganhou uma nova forma porque ela está muito intensamente dentro do coração do papá e da mamã. Estarás sempre tão presente em mim como eu mesma.

A mamã que te Ama Sempre, do tamanho do mundo.
Cristina Santos
Escrito na noite de 8 de Fevereiro de 2009, às 23h00.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Da Eduarda chega um agradecimento

É elementar e tardio este agradecimento público. Penso que mais vale tarde do que nunca fazermos justiça à verdade dos elementos que dispomos na vida. Pretendo com este peq ueno texto, agradecer a uma pessoa que criou, publicou e tornou possível este cantinho da Eduarda na Internet.
A Elsa, uma amiga que conheci através deste mundo da net, foi consolidando uma relação que foi ganhando vigor. Fomos conhecendo aos poucos os dois mundos que se tocavam pela sensibilidade, pela verdade um do outro e por uma particularidade que me assistia: o sofrimento da partida da minha querida filha para junto de Deus.
Uma das formas de atenuar o meu sofrimento, de homenagear a menina de Sempre, surgiu de uma ideia da Elsa, mais tarde, materializada por ela na aplicação e criação deste blog “Estrelinhas do Céu”. Penso que foi bem conseguido, pela forma como está construído, incluindo na sua imagem, a cor rosa, predilecta da Eduarda.
Tenho a certeza que da Eduarda chega um beijinho especial, um agradecimento profundo, por gesto que se tornou tão lindo para mim e toda a minha família. Depois, porque a Internet está acessível em todo o mundo, tenho orgulho que a vidinha linda da minha pequena seja conhecida por muita gente. Aqui fica um obrigado à Elsa.
Já agora, peço que divulguem este blog da Eduarda de Sempre, como forma de mensagem de esperança e de luz.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O contraste da força

Chega 2009 e nada parece mudar. Parece que sim, tudo à nossa volta é uma autêntica floresta castanha, sem qualquer verde, quer na copa das árvores ou no manto do seu chão. A olhar para o alto, estás lá, Ser Maravilhoso, encantamento da minha existência.
Deus, num olhar de ternura mas invisível, debruça-se sobre cada um de nós e diz-nos: “a fé é a maior das forças do Homem”. Realmente sinto que é verdade. Não existe força tão poderosa, que nos leve tão longe, que alcance tanto. Um homem fisicamente dotado mas que não tenha fé é o fraco dos fracos.
Na ternura que ecoa nas suas palavras doces, sabendo que ele sacrificou o seu único filho, também eu lhe pergunto porquê tanta dor, por vezes desnorteada da aparente razão. Prostro-me, ergo os braços e oro: “Por haver tantos que te ofendem, que propagam o mal, que promovem a dor dos outros sem desdém, ainda é necessário que os bons dêem o seu exemplo”.
2009 anos depois do nascimento de um menino, filho de uma família importante da história da humanidade, renovo o meu entendimento. Alguém me escreveu uma frase que não esquecerei. Palavras simples e que até nem me fizeram muito sentido, quando delegadas. O certo é que elas permaneceram e foram ficando: “A Eduarda já não era deste mundo”.
Não conheço esse espaço distante, onde os bons já habitam o “castelo” de Deus. Não é preciso ninguém para o defender. Apenas o habitam os puros ou aqueles que levaram uma vida sabendo que Deus é o caminho. Sei que não é preciso ser exemplo para Deus nos acolher. Apenas sermos mortais, falíveis, mas com a exacta consciência disso.
Que neste ano novo, consigamos todos, encontrar motivações e forças. A fé é poderosa e é um caminho que nos orienta, nos ilumina, nos coloca no plano da continuidade. Muitas pessoas não conseguiram perceber que sem esse instrumento, sem a fé, somos uma ilha isolada, sem lógica, sem nexo, sem esperança.
O contraste da fé com outras forças, coloca-nos na dimensão superior, porventura a viver melhor 2009 e os seguintes anos…

Joaquim Santos