COMO A PRÓPRIA EDUARDA DIZIA "MÃE TU ÉS A MINHA ESTRELA CINTILANTE"
AGORA PASSOU A SER A EDUARDINHA, A ESTRELA CINTILANTE QUE BRILHA BEM DO ALTO DOS CÉUS

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Sentimento tangível

Lembro-me tão bem daqueles dias em que eras barbie. Os teus vestidos e cabelo, no meio das histórias sem fim, no Carnaval de 2005, nos muitos dias por nós vividos, eras aquela boneca inventada, dos mil e um sonhos de fantasia.
Como era tão bom Eduarda da magia. Com essa varinha, os teus toques de palavras e sorrisos, a tua simplicidade conjugada com o bem que transmitias, eram o resultado perfeito da felicidade. Por vezes dou por mim a olhar para as paredes, para os espelhos em que te olhavas, pedindo para ver pelo menos reflectida a tua imagem pura e tão “visível” no meu coração.
Vou continuar filha querida, valorizando o passado, agradecendo o presente e perspectivando o futuro ao teu lado. Nada nos irá separar. Nasceste de um acto de amor e com esse amor irás viver sempre.

domingo, 20 de setembro de 2009

O medo e o Outono

"Pior do que receber um NÃO é a incerteza de um talvez ou o descrédito do quase... Tudo o que deixei de fazer na vida, devido ao talvez ou do quase sem nexo, leva-me a reflectir em tudo o que poderia ter feito ou simplesmente poderia ter sido mas não fui...
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda recordamos, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas oportunidades que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por causa da mania maldita de viver no Outono.Fogem-me as palavras ao mesmo tempo que procuro escrever o que me vai na Alma. Há dias em que os gritos da Alma são exprimidos através de sentimentos, emoções que apenas ganham forma nas palavras, palavras que dão sentido ao sentimento de revolta interior que paira em nós.

Há alguns anos, algumas pessoas partiram e, nesse momento, vivi muita dor, senti muita solidão e conheci de perto a sensação de vazio que nasce em nós quando alguém parte. Hoje, neste preciso momento, estou a vivenciar a saudade dos que partiram da minha vida e, o sentimento de saudade vem apenas relembrar em mim aqueles que se soltaram para a eternidade.

Lembro especialmente a Eduarda e os meus avós... Esta revolta é um presente da vida porque se transformou num momento de sabedoria e reencontro no qual eu e talvez todos aqueles que partiram, que recordo neste momento, nos saudamos e relembramos dos tempos passados. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Existem coisas que não podem ser mudadas... Para os erros há perdão; para os fracassos, oportunidades; para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar a Alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Que a saudade não nos sufoque, que a rotina não acomode, que o medo não impeça de tentar. Temos de desconfiar do destino mas acreditar em nós."

terça-feira, 15 de setembro de 2009

És a força

Continuo a cumprir a minha jornada de vida. Mais do que qualquer palavra possa descrever o sentimento que tenho por Ti, filha querida, remeto todo o meu Ser para a dimensão da luz. Orientado por essa iluminação divina e pelas pessoas que se juntam a mim desejando o melhor, ajudando nesta construção de vida, vou percorrendo a ventura dos trilhos dos dias.
Preciso de Ti para que consiga continuar e para me dotares da capacidade de decidir o melhor possível para me enquadrar com os desafios que se me deparam. Sei que estás aí, estarás sempre aí…

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Ancorar memórias da Âncora

Na sexta, 4 de Setembro, tive de me retirar da associação “A Nossa Âncora” por ter decidido ir estudar e as aulas coincidirem justamente à sexta-feira, dia em que a família desta instituição se reúne em Ourém. Mandei um e-mail a uma das pessoas que integra este grupo para que a mesma fosse lida, mas... parece que o e-mail não chegou. Passo a partilhar com a comunidade que visita este blogue dedicado à Eduarda o meu sentimento na conclusão desta minha missão com a Âncora.

Ancorar memórias...

Texto feito para a reunião da Associação “A Nossa Âncora” em Ourém, no dia 4 de Setembro de 2009.
Todos temos de ser resistentes, mas também flexíveis. A partida de um filho é um teste à resistência profunda. Também é na flexibilidade dos dias e das nossas disposições que conseguimos encontrar algum sentido…
Um dia fui privado de ver fisicamente o Ser que mais amo. Entre o clarão do Sol e a luz ténue da Lua, soube encontrar flexibilidade no meu coração para ajudar outras pessoas, por vezes quase esquecendo que existo. Aliás, não existe sofrimento algum que não me toque profundamente. Como vós, Amigos, muitos quase uma família formada. Consegui aos poucos conhecer muitos corações bons, tomar partido de histórias incríveis dos vossos filhos e ser um privilegiado de receber de todos muitas energias positivas que me ajudaram solenemente.
Quando cheguei à Âncora com a querida mãe da Eduarda, a Cristina, entrei com uma vontade de encontrar algumas respostas, queria desvendar elucidações das minhas dúvidas… Talvez pudesse ser mais e melhor. Igualmente me questiono se recebi o que tanto desejava desta instituição. Mas a vida é mesmo assim. Nem sempre conseguimos as respostas às nossas perguntas. Aliás, o ser humano é um perseguidor directo e absoluto das respostas, a maioria das vezes sem potencialidade de alcançar a sua satisfação.
As verdadeiras respostas residem no coração. Por vezes, procuramos em todo o lado e não encontramos soluções, muito menos respostas exactas. Nem as ciências são exactas, muito menos o Ser Humano em luto, envolto no maior dos sofrimentos terrenos.
Também não existem pessoas perfeitas, incluindo nessa análise nós próprios, muitas vezes autênticos sábios em ignorar ou fingir que não olhamos para os nossos defeitos. O melhor dos depoimentos humanos não é perante um Tribunal quando se confessa um algum crime. O depoimento superior é quando, através desse coração que nos faz viver fisicamente, conseguimos ter a capacidade de analisar e perceber o que somos.
Nestas reuniões da Âncora eu aprendi muito e recebi imenso. Nestas reuniões da Âncora encontrei pessoas que me levantaram a alma e até me fizeram sorrir. Nestas reuniões da Âncora fui ancorado a pessoas muito boas, admirando toda a coragem que me transmitiram nas suas histórias reais.
Talvez pudesse ser mais, por isso peço com humildade desculpa. Dei o que pude, fiz o que pude, mas sinto que, mesmo assim, ainda foi pouco. Hoje, perante o que me aconteceu, com a largada da Eduardinha para o mundo das Estrelas, para perto de Deus, sinto que a humildade e a simplicidade são os segredos para a minha essência de vida. Acreditem que me arredei de muita coisa. Das vaidades, protagonismos, de entrevistas e entrevistados... Nas poucas entrevistas que concedi mostrei sempre alguma resistência, perguntando sempre se era mesmo comigo que queriam falar. Mas uma coisa eu entendi. Alguém tem de o fazer e existem muitas pessoas que precisam de força, de fé, de entenderem que não estão sozinhas nesta provação terrível.
Descobri que deveria dar um pouco de mim, mas acabei por receber muito mais de todos vós, facto que agradeço. Era esta a mensagem que vos queria transmitir.
Hoje, perante a necessidade de estudar, tendo aulas às quintas e sextas. Durante dois anos, vejo-me impedido de dar continuidade à minha modesta colaboração com esta instituição. É com tristeza que vos comunico este facto real da minha vida. Mas, não indo a esta reunião, não quis deixar de vos legar uma palavra apenas: OBRIGADO.
Nesta minha retirada não pensem que deixarão de ter um lugar no meu coração. Pelo contrário. Irei continuar a crescer, a viver, a perceber que todos vós caminham no mesmo trilho e, quem sabe um dia breve, nos voltaremos a cruzar nesta estrada da vida.
Ao terminar este meu testemunho, peço à Fá que leia a oração que está nas páginas finais do meu livro "Estrelas que Voam para os Céus". É uma oração de alguém que quer ser anónimo, porque nem sempre um autor se deverá revelar.
Desejo-vos o melhor e sempre que precisem contem comigo.
Até já, até breve.
Joaquim Santos