COMO A PRÓPRIA EDUARDA DIZIA "MÃE TU ÉS A MINHA ESTRELA CINTILANTE"
AGORA PASSOU A SER A EDUARDINHA, A ESTRELA CINTILANTE QUE BRILHA BEM DO ALTO DOS CÉUS

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Um dia serei pastor


Um dia morrerei.
Enquanto que nos sucedâneos das horas nascem outros seres, crescem novas sementes do mundo, outras almas desertam deste lado terreno. Na bagagem, levamos as pessoas que conhecemos, os instantes com elas partilhadas, as verdades e mentiras deste existir tão complexo.
Quando também eu partir leva-me contigo. Sim, talvez sejas tu a levares-me contigo, mesmo neste horizonte escondido, naquela luz que teima em iluminar. Preciso de te rever novamente. Essa é uma esperança corrida, nestes meus dias mais curtos ou mais compridos. A minha meta és tu, envolta desse verde límpido, tão espectacularmente revelador de mensagens de futuro. O verde é futuro.
Na mala que carregarei, para além do meu Amor por ti e de todos os que foram amados por mim, levo os registos do que fui, quase um rastejante e utópico procurador de sentimentos bons. O velho da montanha diz que para os encontrarmos é preciso tê-los. Jamais reconhecemos um belo sentimento sem dele sermos portadores. Por isso, reconheço que ainda me falta tanto para permanentemente percepcionar os semtimentos bons, aqueles que me ensinaste a eleger...
Amanhã, quando acordares, saberás que este texto é a ti dedicado. Descansas agora, depois de mais alguns instantes de partilha. Lá em cima, Deus, a vigiar-nos, a guardar todo o limitado desempenho humano. Vives nesse Céu cor-de-rosa, nessa orla de esperança.
Antes de também partir, seja por uns tempos ou definitivamente, tenho um pedido especial a fazer-te. Ajuda-me a distinguir o bem do mal, a optar sempre pelo primeiro. Orienta-me e abre o caminho para que os que têm valores sentimentais se abeirem de mim.
Deixo-te também uma última rogativa. Faz de mim um instrumento do Amor no mundo. Que tenha a capacidade de Amar e cada vez mais perceber o Amor. Incute em mim a capacidade de descobrir sempre esse sentimento como divino procedimento. Como um dia chegaram os portugueses a Vera Cruz, também eu queria conhecer toda a imensidão deste planeta e colher o néctar de todos os seres que nele habitam. Então, seria pastor do Amor. Com o meu cajado, partiria para o cume das montanhas e com o meu ‘rebanho’ iria percorrer montes e vales, deixando cair nos fios dos desfiladeiros o sonho de qualquer homem: amar verdadeiramente e ser amado.
Um dia morrerei. Mas tendo o Amor como missão da pastorícia, serei um pastor em jeito de ave livre, para sempre.

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