COMO A PRÓPRIA EDUARDA DIZIA "MÃE TU ÉS A MINHA ESTRELA CINTILANTE"
AGORA PASSOU A SER A EDUARDINHA, A ESTRELA CINTILANTE QUE BRILHA BEM DO ALTO DOS CÉUS

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Oportunidades perdidas


Neste tempo, no nosso tempo, não sabemos quanto mais tempo e qual o tempo que viveremos. Corremos tanto e com tanta determinação para que de um momento para o outro, tudo desmorone.
Hoje, uma pessoa amiga, falava-me de um acontecimento triste. Uma jovem que não conseguia engravidar há tanto tempo, quando o conseguiu, descobriu que tinha leucemia. Que oportunidade teve esta jovem, num despoletar da vida? Será esta história e tantas outras que existem, algum exemplo de lógica ordeira deste mundo? Que sentido de justiça existe quando no melhor pano, a qualquer momento cai a maior das nódoas?
Se soubéssemos o quanto é relativo o mundo, o quanto estamos limitados ao indefinido. Não devemos viver em pânico, com medo que inesperados como estes surjam. Mas, o respeito e a noção de que somos tão pequenos, ajudariam de certeza a vivermos melhor, com mais humanidade, como humanos que somos.
A Eduarda foi uma oportunidade que agarrei conforme pude. Alguma vez idealizei que partisse tão cedo? Confesso que nem pensava nisso. Mas a vida mostrou-me que tudo é certo e incerto, no mesmo tempo e no mesmo lugar. Ensinou-me também que devemos contar apenas com os que mais amamos, aquelas pessoas que realmente estão sempre ao nosso lado, jamais desistem de nós, nunca nos abandonando, por mais periclitante que seja a situação.

sábado, 25 de setembro de 2010

Em breves segundos, encontramos o que numa vida toda nunca tivemos oportunidade de encontrar


Por vezes deparamo-nos com algum motivo ou pessoa que nos enche absolutamente a alma e um dos lados mais bonitos do coração. Percorremos tanto, esperamos demasiado, por vezes desesperamos no tempo, por não nos chegar essa pessoa que dizemos seguramente: é ela, é mesmo ela…
Agarrados aos condicionalismos da vida, dos preceitos, do que é formalmente mais certo, evitamos assumir em tanta ocasião a realidade encontrada. Não pode haver maior engano do que aquele que por algum motivo se encontra com algo de valioso e cobardemente não o acolha. Não censuro quem sonha encontrar mas nunca chega a passar ao seu lado. Mas quem passa ao seu lado e finge não ver, sentir... estará a errar de forma grave.
A vida é curta demais, tão breve que de manhã nascemos e ao meio da tarde já podemos estar a partir definitivamente. Pergunto porque tem de ser a vida desta forma, qual a razão para que certas pessoas não mudem os seus rumos, recomeçando o que tiver de ser recomeçado?
Por vezes, em breves segundos, encontramos o que numa vida toda nunca tivemos oportunidade de encontrar. Por vezes, em breves segundos, também perdemos o que no resto da vida também nunca mais encontraremos mas ingenuamente deixamos passar ao nossa lado.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A felicidade: mais cedo ou mais tarde, a vida revela-nos tudo


Não consigo contar o número de seres humanos que comigo estiveram no meu tempo de existência. As pessoas marcam-nos com aquilo que são, com as experiências partilhadas, umas inesquecíveis e outras nem por isso. Recordo o tempo em que brinquei com os meus priminhos, as sensações partilhadas com os meus amigos de infância, a pureza do meu primeiro namoro, a minha juventude desbravada pelos espectaculares convívios com os meus amigos da aldeia, até ao dia em que conheci a menina que viria a ser minha esposa, não esquecendo os melhores anos da minha existência, aqueles onde juntos vimos crescer a nossa filha Eduarda. Neste tempo percorrido da minha história somei tantos instantes que compõem actualmente os meus registos de humano.
Das sensações e momentos vividos, carrego no coração muitas somas de tempo de felicidade, mesmo quando as adversidades e contrariedades me fizeram forçosamente efectuar pausas na alegria. Na minha modesta opinião, para termos mais momentos de felicidade, devemos tomar consciência das coisas simples, muitas vezes pouco perceptíveis.
No meu trajecto, aprendi tanto sobre tanta coisa, moldando aquilo que sou, partilhando tempo com pessoas que contribuíram decisivamente para orientar os meus caminhos. Provavelmente, até poderão estar neste momento a questionar o motivo desta minha “ladainha”… Faço-o, porque me apercebo que vivemos num mundo que se expressa cada vez mais controverso, injusto e desestabilizado. Ainda recentemente ouvi numa rádio nacional, um programa que falava sobre uma das muitas contrariedades destes tempos. Ou seja, ao atravessarmos actualmente uma crise grave, existem sectores de actividade que aumentam de forma galopante os seus negócios. São eles as operações estéticas, os SPAS, reservas de hotéis de categoria superior, compra de imóveis e carros de luxo, aumentando significativamente as suas vendas de ano para ano. Não será este aspecto uma enorme falácia para o período desequilibrado em que a sociedade vive? Mais grave se torna quando nos falaram que não são apenas os ricos a requisitarem estes produtos ou serviços. Também uma classe média quase ‘esfarrada’ prefere passar mal, quase sem dinheiro para comer ou dar conforto aos filhos, preferindo estes luxos extravagantes que o consumismo impõe. Que felicidade é esta onde o que conta é a aparência, com um esforço para simplesmente impressionar terceiros?
Quem passear pelas ruas da cidades, pelos centros comerciais, pelas praias e discotecas, vendem-se muitas vezes sonhos, ilusões coloridas de uma esperança que esbarra no parecer. Já ninguém se importa em mostrar ou mostrar-se como verdadeiramente é ou como realmente corresponde às suas origens. Envergonhados, tantas vezes até pelas próprias famílias, anda-se na rua a mostrar aquilo que nunca se teve, quer dentro do coração ou também no interior das suas casas. Não é isto a felicidade. Ela reside nas relações que estabelecemos, independentemente do ter ou do parecer. Só uma condição define verdadeiramente quem consegue obter mais momentos felizes. Passa obviamente por se conseguir ser como é, sem tirar nem pôr mais nada. Isso não invalida que as pessoas deixem de se arranjar ou obter alguns bens de conforto. Mas quando os adquirem, passando muito mal nas questões essenciais da sua vida, torna-se numa opção que hipoteca a área financeira e também a felicidade que disfarçadamente é confundida com o ostentar. Esse estado muitas vezes breve ou relativo do parecer jamais supera o que simplesmente somos, sem manias, vaidades ou superioridades. Mais cedo ou mais tarde, a vida revela-nos que não valeu a pena tanto esforço em vão. O nosso caminho, neste momento conturbado de crise, consiste em fazer o que podemos com o que realmente temos. O nosso caminho, neste momento de ausência de valores, consiste em sermos o que naturalmente somos, respeitando e aceitando com orgulho as nossas origens, condição familiar e pessoal. Assim, só assim, sairemos de uma das crises do mundo: a do ser.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Um dia serei pastor


Um dia morrerei.
Enquanto que nos sucedâneos das horas nascem outros seres, crescem novas sementes do mundo, outras almas desertam deste lado terreno. Na bagagem, levamos as pessoas que conhecemos, os instantes com elas partilhadas, as verdades e mentiras deste existir tão complexo.
Quando também eu partir leva-me contigo. Sim, talvez sejas tu a levares-me contigo, mesmo neste horizonte escondido, naquela luz que teima em iluminar. Preciso de te rever novamente. Essa é uma esperança corrida, nestes meus dias mais curtos ou mais compridos. A minha meta és tu, envolta desse verde límpido, tão espectacularmente revelador de mensagens de futuro. O verde é futuro.
Na mala que carregarei, para além do meu Amor por ti e de todos os que foram amados por mim, levo os registos do que fui, quase um rastejante e utópico procurador de sentimentos bons. O velho da montanha diz que para os encontrarmos é preciso tê-los. Jamais reconhecemos um belo sentimento sem dele sermos portadores. Por isso, reconheço que ainda me falta tanto para permanentemente percepcionar os semtimentos bons, aqueles que me ensinaste a eleger...
Amanhã, quando acordares, saberás que este texto é a ti dedicado. Descansas agora, depois de mais alguns instantes de partilha. Lá em cima, Deus, a vigiar-nos, a guardar todo o limitado desempenho humano. Vives nesse Céu cor-de-rosa, nessa orla de esperança.
Antes de também partir, seja por uns tempos ou definitivamente, tenho um pedido especial a fazer-te. Ajuda-me a distinguir o bem do mal, a optar sempre pelo primeiro. Orienta-me e abre o caminho para que os que têm valores sentimentais se abeirem de mim.
Deixo-te também uma última rogativa. Faz de mim um instrumento do Amor no mundo. Que tenha a capacidade de Amar e cada vez mais perceber o Amor. Incute em mim a capacidade de descobrir sempre esse sentimento como divino procedimento. Como um dia chegaram os portugueses a Vera Cruz, também eu queria conhecer toda a imensidão deste planeta e colher o néctar de todos os seres que nele habitam. Então, seria pastor do Amor. Com o meu cajado, partiria para o cume das montanhas e com o meu ‘rebanho’ iria percorrer montes e vales, deixando cair nos fios dos desfiladeiros o sonho de qualquer homem: amar verdadeiramente e ser amado.
Um dia morrerei. Mas tendo o Amor como missão da pastorícia, serei um pastor em jeito de ave livre, para sempre.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Os Anjos


Os anjos são de todas as cores e trazem um misto de sentimentos. Não acredito no anjo branco, naquele desenho que teimosamente os séculos passaram nos seus livros. Os anjos somos nós, uns melhores e outros numa fase de evolução. Os anjos são naturalmente naturais, de imensas cores, com poderes de fazer renascer vidas. A maior prova disso é quando percebemos que alguém ao nosso lado sofre incessantemente e estendemos a mão, o braço, a perna, o coração, as nossas acções e intenções. Os anjos começam a sua missão aqui, na Terra.
Ainda ontem, num dos meus programas preferidos da SIC NOTÍCIAS, chamado ‘Toda a Verdade’, vi a crueldade como são tratados meninos deficientes na Bulgária. A insensibilidade, juntamente com o sofrimento extremo daquelas crianças, algumas delas agredidas dentro do próprio orfanato que os devia acolher e minimizar os efeitos da doença, abandono dos seus pais e exclusão da sociedade, cortam o coração de quem impotente assiste ao programa no conforto do sofá da sua casa. Tive vontade de ser anjo e ir para a Bulgária e tantos países do mundo que tratam seres humanos como lixo.
Os anjos andam por aí… Os bons e os maus. Por vezes, que estranha forma de ser anjo. Neste caso, vestido de cor tão escura e medonha.
Peço-te Eduarda, meu lindo Anjinho (penso que tens o rosa como tua cor), traz até nós mais orientação e justiça. Ajuda os anjos daqui a serem mais anjos, espelhados pela luz do bem e do amor.
Eduardinha, mesmo assim continuo com a utopia dos anjos brancos, embora saiba que esse rosa clarinho é tão puro e tão branco...