COMO A PRÓPRIA EDUARDA DIZIA "MÃE TU ÉS A MINHA ESTRELA CINTILANTE"
AGORA PASSOU A SER A EDUARDINHA, A ESTRELA CINTILANTE QUE BRILHA BEM DO ALTO DOS CÉUS

sábado, 30 de outubro de 2010

Amar é um património da vida


tTexto de Joaquim Santos, Biblioteca José Saramago do IPL – Instituto Politécnico de Leiria, 29 de Outubro de 2010, no lançamento do livro ANCORAR O AMOR.

Para todos uma boa noite.
Vou tentar ser breve nesta minha intervenção porque o que penso sobre o Amor está devidamente explicado neste livro ‘Ancorar o Amor’.
E, tentando explicar a motivação que me orientou nesta publicação, direi que foi o facto de perceber que vivemos cada vez mais entalados na ausência de sentimentos e da sua percepção. É talvez este um dos aspectos de maior importância.
Sabemos que o Amor é o caminho para percepcionarmos todos os outros sentimentos da natureza humana. Sabemos também que nesse sentimento de Amor, se pode amar uma outra pessoa, como um filho, uma outra pessoa numa relação amorosa, os restantes familiares, os amigos, mas também a terra que pisamos, um objecto especial que nos diz muito ou as tradições do meio em que habitamos.
Mas, na sociedade contemporânea, onde cada vez mais se vive individualmente, mergulhados num egoísmo absoluto, existe tanta gente que julga de forma errada que vive intensamente esse sentimento de Amor. Usa-se demasiado essa palavra mas não se vive o sentimento verdadeiramente. Emprega-se o termo Amar tão repentina e generalizadamente, como se fosse fácil atingirmos esse estágio.
Por outro lado, também existem tantas pessoas que vivem anos a fio, gritando bem alto a todos os que o rodeiam que amam, sem nunca terem vivido de forma autêntica o verdadeiro Amor. Andaram e andam anos a fio a enganarem-se e tantas vezes a enganarem quem os rodeia, numa experiência nunca vivida, mas muitas vezes desejada.

Mas, qual será a condição para verdadeiramente amar? Qual será o verdadeiro segredo que nos conduz a experimentar este sentimento? No meu entender, precisamos de cinco passos na vida para atingirmos o verdadeiro Amor.
A primeira condição passa pela humildade. Nenhum ser que se julgue superior, que se sinta muito mais do que aqueles o que rodeiam. O que olhar para os outros de alto para baixo, como se algumas pessoas fossem restolho, jamais sentirá o verdadeiro Amor.
A segunda condição consiste no dom do perdão. Ninguém é perfeito nos seus actos diários, no gastar do seu tempo. Quem não tolera o seu semelhante, jamais sentirá o verdadeiro Amor.
A terceira condição é ser-se solidário. Quem conviver com a inferioridade, com a dificuldade extrema, não conseguindo pelo menos tentar fazer algo para puxar pelo seu semelhante, jamais sentirá o que é o Amor.
A quarta condição está associada à tolerância. Não conseguimos perfeição em quase nada na vida, porque o Homem encontra-se num estado permanente de aprendizagem. Quem não souber aceitar as diferenças ou determinadas incapacidades do seu semelhante, jamais saberá o que é o Amor.
A quinta condição é Amar e reconhecer que somos infelizes sem esse sentimento. Existir com outras realidades sentimentais conduz o espírito ao fracasso, à infelicidade permanente. Entrando no íntimo de cada ser vivo, sabemos que só amamos existindo, só existimos amando. É com a humildade da primeira condição, o perdão da segunda condição, ser-se solidário da terceira condição, a tolerância da quarta condição, que chegaremos à meta da quinta condição. Se não correspondermos às quatro condições que vos apresentei anteriormente jamais chegaremos a vivenciar a quinta condição, o pleno Amor.
No fundo, a bem da verdade, bastam apenas quatro condições para se atingir o verdadeiro Amor. Mas, basta que uma dessas condições não exista em pleno para que não haja o Amor. Repetindo: humildade, perdão, ser-se solidário e tolerância.
Depois das cinco conquistas obtemos o Amor. Conseguimos perceber o que é a entrega incondicional. Ganhamos a capacidade de trocar o nosso prato de sopa, dando-o a quem mais precisa. Viveremos felizes com quem no dia-a-dia trabalha connosco. Saber-se-á o que é não desejar mal a ninguém. Não se saboreará com risada os azares dos nossos semelhantes… Poderão estar a perguntar porque vos digo isto?

Na verdade, penso que a indiferença e o individualismo são um dos problemas de fundo dos tempos actuais. A política, por exemplo, poderia ser uma das profissões mais nobres da sociedade. Mas, numa lógica de individualismo absoluto, com obreiros que se servem da causa pública apenas para seu proveito ou dos seus pares, tornou-se num dos mais graves problemas do contexto político do mundo.
Os políticos só vão servir bem quem os elege, se conseguirem desenvolver a sua missão com Amor à Pátria, às regiões onde são eleitos e à ética dos regimentos e legislação. Os políticos só vão servir em condições se colocarem no seu dia-a-dia o sentimento, se amarem os outros. Que legitimidade existe num político que só cuide dos seus amplos direitos quando a maior parte da sociedade sofre com a incerteza das reformas, com o corte sistemático dos seus elementares direitos? Quando é que um político pode pedir esforço e sacrifício a um cidadão, invocando dificuldades, se nas suas decisões e prática diária não abdica das compras de luxo, obras faraónicas ou costumes diários de despesismo? Onde está o Amor pelos que todos os dias sofrem com horários cada vez mais alargados de trabalho e com salários que nenhum político aceitaria para o seu desempenho? Qual seria o político que desempenha funções a tempo inteiro de trabalho que viveria com um salário mínimo português? Qual seria o Deputado, o Presidente da Câmara, os Vereadores???
Mas, se quiserdes outra referência à necessidade de Amar nas mais diversas actividades do dia-a-dia, eu vo-lo apresento. Um médico pode ser um especialista, um profissional de grande referência. Mas, esse especialista clínico, jamais será um médico verdadeiro se não tiver uma componente humana, amando quem sofre. Compreendo perfeitamente que pode até criar algum distanciamento com o doente porque corre o risco de carregar uma carga emocional demasiado grande. Mas, uma palavra, um carinho, um conforto, são indispensáveis e essenciais para um qualquer profissional de saúde. Nenhum médico é bom médico sem a componente da compreensão e ajuda. Desempenhar apenas as funções que aprendeu no seu curso, é incompleta terapia, uma falível intervenção clínica. No fundo, sem amar, um médico não é um bom profissional. Ao amar o que faz, amará igualmente o seu paciente.

Este livro é uma viagem. Uma abordagem também... Desvenda-nos ao longo das suas páginas algumas definições do Amor e no seu final demonstra-nos através de um conto, como se pode ser tão feliz com muito pouco.

Desafia-nos igualmente a perceber melhor os outros. Tudo e todos têm explicações para as suas atitudes diárias, para o conjunto de acções e palavras que nos soletram e modificam. Tudo tem um sentido, uma lógica…

O amor é o único caminho possível para cruzar o destino que nos está traçado. A história das nossas vidas vai se desvendando, vivendo passo-a-passo. Sem esse sentimento máximo da condição humana somos seres incompletos, rastejantes na poeira, não deslumbrando o brilho da natureza e do mundo que nos rodeia.

Termino com as crianças. Se realmente quisermos amar, falta uma condição indispensável. Sermos atentos observadores das criancinhas. São esses seres tão pequenos mas tão grandes na sua dimensão sentimental, que nos mostram em todos os momentos como se consegue amar, da forma mais pura e genuína. Muitas vezes não se aprende a amar com os adultos. É com as crianças que se recolhem as bases fundamentais.

Muito obrigado.
Joaquim Santos

7 comentários:

ALDA SANTOS disse...

SEM PALAVRAS
EXTRAORDINARIO

ALDA

Anónimo disse...

Perdi um irmão tinha quatro anos, ao que sei sofri horrores, perdi minha mãe aos sete anos sofri horrores, fui espancada, humilhada e para que meu pai não acreditasse em mim diziam ser uma fingida, aos dez anos perdi uma irmã que às escondidas me apoiava, às escondidas porque também ela era uma vitima, meu pai quinze dias antes de morrer disse-me: deixei-me levar não te tratei como devia, mas agora vai ser diferente não foi morreu... Deus sabe o quanto sofri e sofro, valeu-me a Fé que herdei da minha Mãe...

José Almeida disse...

Ouvi hoje o seu testemunho na TVI
Estas situações são muito difíceis de ultrapassar.
Só lhe posso desejar,muita força e coragem.

mariana disse...

o blog esta lindo...
axo q deve ter essa forca ...
a sua filha esta sempre cunsigo acredite q esta.jnho

mariana disse...

o blog esta lindo...
axo q deve ter essa forca ...
a sua filha esta sempre cunsigo acredite q esta.jnho

Anónimo disse...

o blog esta lindo...
axo q deve ter essa forca ...
a sua filha esta sempre cunsigo acredite q esta.jnho

LOURDINHA disse...

BOA NOITE. HOJE CONHECI SEU BLOG,POR ACASO. QUERIA ESCREVER UMA MENSAGEM DE ACALENTO PARA UMA AMIGA QUE PERDEU SUA QUERIDA IRMÃ,MAS HERDOU UM RICO TESOURO, UM LINDO MENINO. QUE FOI PROMETIDO A ELA NO SEU LEITO DE MORTE,CRIAR COM AMOR E DEDICAÇÃO.