terça-feira, 28 de junho de 2011
Entre o som da coruja da noite e a madrugadora cotovia...
Entre o som da coruja da noite e a madrugadora cotovia, debruço-me tantas vezes sobre o magnífico cenário do passado, sobre o que foste durante os quase seis anos que viveste connosco. Embora reflicta muito mais sobre Ti durante a noite das estrelas, vejo-te sempre a viver no clarão dos dias, na tua linda melodia de passarinho madrugador, junto dos orvalhos dos regatos e dos campos floridos.
Neste mês de Junho fazes 11 anos de vida. Sim. Viverás sempre. Sinto a tua presença como que se fosse possível ir novamente vestir a tua roupinha no acordar, preparar o teu pequeno-almoço e levar-te à escola João de Deus... É estranho, mas tudo parece irreal, uma mentira absoluta. Agora, quase no final de um dia de trabalho, vou sair entretanto e tenho a mesma preocupação de te ir buscar à escolinha. Parece que estás aí, Eduardinha.
Sabes, vou querer escutar aquela cotovia, mas também embrenhar-me num cenário bonito de andorinhas que povoam os nossos telhados desde a Primavera. Como elas, vou querer voar, voar e voar. Juntar palhinha e barro, sedimentar o nosso ninho. E conhecer esse mundo fora, livres e sem medo de carros. É nesse voo que nunca te perderei, bem sei.
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10 comentários:
Estou a ver a reportagem na TVI e estou muito sensibilizado. É bom saber que ainda recordam a vossa filha! Costuma-se dizer que as pessoas desaparecem, mas não se esquecem! Elas existiram na nossa vida e farão parte até ao nosso último minuto também. Este blog é uma homenagem enorme, e a vossa filha está de certeza lá em cima a olhar pelos pais. Um beijinho grande e muita força.
Acabei de o ver na televisão. Ainda estou a chorar!
A morte lixa-nos para sempre.
Que Deus vos proteja!
Um abraço,
beat & Co.
Olá,eu tambem me chamo Eduarda.Posso não ter a oportunidade de conhecer a Eduardinha, mas..comoveu.me um bocadinho, não sei porque.:S
Força.
Eduarda
Lindo esse blog. Sem palavras...
Adorei de todo ler esses seus excertos e fiquei interessada em ficar com 2 dos seus livros depois de os ler compro o ultimo... Espero que mantenha sempre esta força de escrever porque aposto que lhe trrá imensa força!!! Mónica Pereira
Acabei há pouco de ver uma reportagem. Normalmente, vê-se televisão de uma maneira mais ou menos desligada. Entre um gesto do quotidiano e outro. Depois, desliga-se e pronto. Ou não. Creio que estar a escrever aqui será uma das formas possíveis de não desligar.
Talvez por ser mãe, não sei bem. Creio que será por aí. Essa condição muda realmente o olhar. Comovente, o seu relato. E o dos outros pais. Perante a perplexidade da morte. Comoventes, cada um dos textos que escreveu aqui. Para Ela. Com letras grandes, quando fala Dela. Escrever. Para que Ela esteja sempre. Para que A verbalize. E ao amor desmesurado que se sente por um filho.
Tudo de bom para si e para a sua família.
Mar
Foi com muito agrado que tirei o nome do seu blogue aquando da reportagem da TVI. Também eu sou bloguista e gosto sempre de ler outros blogues.
O tema deste não necessita mais comentários. Vou seguir com muita atenção. Afinal a blogosfera não vive só de coisas de rir nem de futilidades.
Obrigado por escrever neste seu cantinho.
Lamento muito. Vi a reportagem, esta noite, e tentei perceber (sem conseguir, é impossível) a dor de quem passa pela perda de um filho. Boa sorte nessa luta...
Lamento muito! Vi a reportagem na TVI , imagino o que seja perder um filho! beijinhos ines
É necessário ter muita força para poder dar o seu testemunho nesta reportagem da TVI, como diz a Ana Leal é impossivel percerber o vosso sofrimento.
Os meus parabéns pela sua força de vontade, com o seu testemunho também nos faz olhar para traz e ver o relacionamento que temos com os nossos filhos, por vezes não temos tempo para eles em vida, por isso e depois do seu testemunho á que pensar em arranjar esse tempo.
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