quinta-feira, 28 de abril de 2011
Carta a Deus
Dizem que um dia estaremos todos juntos nesse paraíso projectado por tantos homens e que nessa altura seremos compensados pelo bem que fizemos na Terra. Desculpa meu Deus, mas, por vezes, não te entendo. Metade de mim identifica-se e acredita no que se apregoa sobre Ti e a outra metade faz uma pausa nas reticências, chegando mesmo a ficar triste porque gostaria que muitas coisas daqui fossem bem diferentes...
Se um dia irá existir aí a justiça porque consentes que exista aqui a injustiça? Qual é a razão de só alguns serem pobres, discriminados, lançados às arenas dos mais poderosos? Onde estás tu nesses momentos?
Metade de mim é amor e a outra metade é dúvida. Já nem sei bem onde te descobrir para encontrar respostas à segunda metade de mim. Por vezes, desejo percorrer o mundo em toda a sua extensão e encontrar-te. Mas sei que não é aqui que te encontrarei. Então, onde te surpreender e poder questionar sobre tanta coisa?
Uns trabalham muito e pouco recebem, enquanto que outras pessoas nada ou muito pouco fazem mas recebem fortunas;
Uns sofrem privações, perdas irrecuperáveis, enquanto que outras pessoas vivem uma vida a desfrutarem de quem amam, intocáveis do sofrimento;
Uns passam fome e sede todos os dias, muitas vezes até morrerem, enquanto que outros esbanjam fortunas, refeições que estragam por mais não lhes apetecer, tão enpanturrados que estão.
Uns não têm registo civil, não têm direitos, enquanto que outros têm títulos, nomes importantes e são reconhecidos na sociedade.
Meu Deus, escrevo-te para que alteres tantas assimetrias. Confesso que penso muitas vezes que Tu, como criador supremo, não terminaste o teu serviço por cá. Investe novamente nesta obra incompleta. Muitos escrevem textos bonitos sobre a igualdade que nunca existiu, sobre o bem que não se sente, sobre as oportunidades de vida que são utopia para tantos habitantes terrenos.
Peço que venhas cá novamente e aperfeiçoes a nossa existência. Viver, por vezes, é uma consequência, uma rota difícil de cumprir. Não nos desvies do perigo mas antes elimina-o. Dá-nos força para acreditar que é possível. Confere a todos a regulação da sua existência sobre a Tua existência... Se acreditamos que és a perfeição e exemplo, peço-te que faças este mundo igualmente perfeito e com melhores exemplos.
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5 comentários:
Olá...tudo bem?
Não pude deixar de ler esta tua publicação...e também não posso deixar de dar a minha opinião.
Apesar das atrocidades da vida ele está lá, está sempre lá a olhar por nós...acima de tudo acredito...acredito em Milagres e já acreditava mesmo antes da minha irmã ter um AVC e mesmo antes de o meu pai, irmão, cunhado e os restantes tripulantes do barco de pesca do meu pai, se terem salvo no passado Sábado. Tudo que estava dentro do barco caiu a água menos eles. Foi um salvamento praticamente impossível naquelas condições...Afinal alguém estava a olhar por eles.
Pode nem sempre correr como nós gostaríamos que corresse...mas de uma coisa tenho a certeza Deus protege-nos.
E vocês para além de Deus têm outra estrelinha a olhar por vocês todos os dias.
Não sei se o meu comentário irá ser lido ou entendido, mas gosto muito de tudo o que tenho lido nele, nota-se que quem o escreve tem coração, perfeitos, não somos, mas enquanto existir seres que lutam todos os dias para manter um coração mais solto de ódio, revolta, amargura,poderei ir ainda sonhando que existe algo de bom neste mundo!
Amigo, se por aqui tudo fosse perfeito, não estaríamos na terra, estaríamos no Paraíso.
Penso que, nosso cérebro não foi programado para entender os desígnos de Deus. Somos humanos, e, portanto, bem limitados em nossa humanidade.
É claro que às vezes a gente se revolta (não se revoltar é meramente impossível), mas, basta também ter olhos e mente abertos para presenciar milagres, e, quase que "sentir" Deus ao nosso lado, nos protegendo e não nos deixando sucumbir.
Minha oração às vezes é a seguinte: - Meu Deus, eu creio, mas aumentai a minha Fé!
Não tento entender as coisas que ocorrem no mundo (isso seria demais para a minha cabeça, e, não levaria à nada).
Tento, isso sim, me colocar sempre à disposição de Deus, sabendo que os Seus caminhos não são os meus, mas que ocorrendo o que ocorrer, se eu tiver Fé, eu conseguirei me reerguer.
Deus não nos abandona.
Às vezes somos nós que o abandonamos...
Fique bem, Joaquim.
Um grande abraço de amizade,
Cid@
Oi trata-se a 3ª vez que encontrei o teu blogue e adorei imenso!Espectacular Trabalho!
Adeus
Olá foi a 3ª vez que li a tua página e gostei muito!Espectacular Projecto!
Cumps
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