segunda-feira, 28 de março de 2011
Na vida, não há impossíveis. Só na morte, não voltamos à vida terrena!
O ser humano sonha encontrar para si mesmo cenários perfeitos, pessoas ideais, com uma vida exactamente ajustada ao que se quer no momento. Actualmente, pouco ou nada se projecta em conjunto, partilhando esforços, ultrapassando ventos e marés. Tudo se quer natural, fácil e de acordo com aquilo que mais satisfaz naquele instante.
Aquela pessoa que parece preparada ou disponível para oferecer o sonho, a materialização do agradável momento, ou até mesmo aquela que promete ou diz o que nunca foi… essa sim, muitas vezes vinga. O ser humano já não tem paciência para ensinar, para comungar passagens difíceis dos outros.
Conheço algumas histórias de excepção (poucas). Pessoas que mesmo numa realidade difícil, num contexto que lhe mostrava um cenário quase impossível, porque ficaram, porque apostaram, porque acreditaram, conquistaram a vida que desejavam!
Conheço outras pessoas que só olharam para o momento. Apenas aquele fragmento de segundo em que compraram o sonho, ou simplesmente o que mais queriam/idealizaram. E enganaram-se. Muitas vezes só descobrem o erro muitos anos depois. Nesses mesmos anos, as que realmente se predispuseram a construir, ganharam a certeza absoluta que foi esse o caminho certo, por mais que tenha parecido impossível. Na vida, não há impossíveis. Só na morte, não voltamos à vida terrena.
segunda-feira, 14 de março de 2011
Estou no desfiladeiro a ver o mundo...
Neste desfiladeiro, procuro um canto sobre a montanha. Daqui, vê-se o mundo por completo. Do norte ao sul, todos os extremos do universo eu avisto. Vejo pessoas a passar, de um lado para o outro, correndo, muito à toa, neste sítio chamado Terra.
Sento-me numa beira, no cume da montanha, e vejo vultos a transportarem televisões avariados para o lixo. Lembrei da vida de outros tempos. Antigamente, quando as televisões avariavam, eram reparadas. Agora, vão para o lixo. Assim se vive nos dias de hoje. Vejo que estamos afastados uns dos outros, indiferentes, longe dos sentimentos, exactamente como as televisões avariadas. Ou seja, colocamo-nos a nós próprios no lixo.
Caminhando mais um pouco na montanha, um esquilo empoleira-se num ramo de uma árvore a fitar-me. Anda de um lado para o outro, procurando chamar a atenção. Percebi... A bolota caiu e ele quer espaço para poder descer em segurança. Talvez tenha medo de mim. Pergunto-me, porque será que os animais nem sempre percebem quando os humanos não lhes querem fazer mal? Devíamos usar linguagens universais. Mas nem nós, humanos, nos queremos relacionar entre as gerações de todos estes lugares que avisto daqui. Do extremo norte ào extremo sul do Planeta, ninguém se entende. Não deveria ser assim. Do inglês ao francês, do japonês ao português, do espanhol ao alemão, do chinês ao tailandês, assim sucessivamente...
O mundo é constituído por um todo, de forma ordenada, com uma lógica. O homem, quanto mais evoluiu no tempo, mais interventivo foi, modificando até chegar a fronteiras perigosas. Até a própria espécie humana está em perigo, com os instrumentos de alteração genética, da clonagem, da programação e escolha de como queremos que as gerações seguintes nasçam.
É profunda a mudança. Se dizemos que mudamos para melhor, porque será que nos sentimos cada vez mais vazios, menos solidários, mais solitários, frios, indiferentes, no fundo, mais desumanos? Uma contradição profunda. Se evoluímos tanto no conhecimento, na técnica e na tecnologia, porque não usamos esses instrumentos para o bem humano?
Daqui, deste alto, onde não tenho nada de tecnológico, vou me abrigar lá do baixo. Proteger daquelas evoluções que me afastam da essência do ser. Vou colher os frutos silvestres, agasalhar, fazer uma fogueira na gruta, e reconlher-me das velocidades alucinantes do mundo lá de baixo. Aqui, embora no cimo, estou mais protegido, desse desgraçado desenvolvimento que nos escraviza.
Paro e ouço o vento... Uma voz me diz baixinho... Vive!!! Mas, o vento não fala. Quem seria?
domingo, 6 de março de 2011
Último desenho da Eduarda
Na dia do seu falecimento a Eduarda deixou um legado que no mínimo coloca-nos a pensar... A menina de Sempre costumava fazer desenhos coloridos, transmitindo sentimentos bons, de família, com elementos da natureza (pessoas, árvores, flores, passarinhos e borboletas) e casinhas. Mas, este desenho que apresento no blogue que a homenageia, estranhamente, foi pintado de preto e sem qualquer pessoa... Porque terá sido? Que mensagem poderemos tirar desta ocorrência? Foi uma mera coincidência? Porque levou a sua vida inteira a pintar a cores e no dia do seu falecimento resolve fazer um desenho sem ser colorido?
Se alguém me conseguir revelar uma pista eu agradeço porque não consigo encontrar explicação para o sucedido...
Aqui está o que prometi na TVI. A publicação desse desenho. Peço desculpa pelo atraso. Agradeço também aos inúmeros contactos que tenho recebido de pessoas muito queridas. Com algumas, quem sabe não nascerá alguma amizade, num espírito de partilha, de entrega?...
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