COMO A PRÓPRIA EDUARDA DIZIA "MÃE TU ÉS A MINHA ESTRELA CINTILANTE"
AGORA PASSOU A SER A EDUARDINHA, A ESTRELA CINTILANTE QUE BRILHA BEM DO ALTO DOS CÉUS

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Entender caminhos terrenos e os daí…


Sonhei um dia conseguir descrever tudo o que sentia.
Descobri uma forma de o fazer, revelando o meu melhor lado.
De olhos abertos, abri a janela e os raios de sol despontam.
Eras tu que me iluminavas, mesmo no mais tímido momento da manhã.
Mesmo nas noites sinto uma luz presente, tão iluminado fico com o seu foco.
Talvez sejas tu em forma de lua, numa projecção de branco entre o escuro.
Chegas sempre tão perto de mim, com tanta brilho, num manto de esperança.
Nasci no século de guerras mundiais, de uma reviravolta nas regras da vida.
E tu, de soslaio, vieste no século das tecnologias, mas nem elas te souberam salvar.
Foste sem avisar, sem dizer mais nada. Tanto que ficou para dizer.
Abandonado fiquei, abandonado estou. Quieto mas com esperança.
Deus só pode existir. Esse Ser superior, o construtor que um dia se entregou.
Porventura deixou um mundo incompleto. Continuam coisas por perceber.
Existem realidades a modificar, que ainda magoam, doem sem desdém.
A dor da partida ainda poderá colocar a nu o trabalho incompleto de Deus.
Ou talvez não.
Poderá ser uma passagem, feita por locais do desconhecimento do homem.
Uma viagem que nos leva até lá, àquele lugar onde existe quem nos espera.
Agora, tu estás aí, eu aqui. Por vezes estou impotente. Outras fico compreensivo.
Triste e alegre, pobre e rico, tolerante e intolerante… Quem nunca ficou assim?
O ponto final será sempre o final de uma frase?
Não, eu consigo recomeçar. Recomecei. Tenho de ir…
Tenho estado a pensar muito. Nunca subestimei a tua existência. Sei que vives.
Talvez não te encontre por aqui mas em breve talvez nos cruzemos por aí.
Já que foste, sem bagagem, sem as coisinhas que deixaste aqui, mesmo as predilectas.
Só por isso eu sei que não foi uma despedida. Não irias assim.
Entre essas coisas, sei que colocavas em primeiro plano a tua família. Eu, mamã, todos.
Sim todos. Não distinguias ainda o bem do mal. Por isso todos entravam no teu mundo.
E agora, de olhos abertos continuo a ver-te.
Abro a janela do quarto. De noite uma lua sorridente e de manhã o sol brilhante.
És tu. Como uma bateria recarregada, quase a dizer-me ao ouvido: vai e vive.
É o que faço.
Eu vivo porque vives.
Ainda vivo porque vives.
Viverei sempre porque és a minha maior certeza da vida.

Joaquim Santos, na casa da tia Patrícia, do tio Caco e do priminho João
Colmeias, 5 de Fevereiro de 2011

6 comentários:

Anónimo disse...

Muita força.

tecas disse...

Delícia de texto, ternura e amor de pai que mesmo sofrendo tem fé dentro do coração.
A sua Estrelinha, brilha entre tantas estrelas no céu.
Adorei de verdade.
Muita força e continue a dedicar o seu blog ao seu anjo.Ela o guiará.
Abraços poéticos

Anónimo disse...

Antes de mais, admiro pessoas com essa força interior.
Tenho 3 filhas com 3 meses, 2anos e4 anos nem quero pensar o que é viver uma situação dessa.

Muita FORÇA
Um grande abraço

celeste disse...

Boa tarde antes de mais quero felicita lo pelo blog lindo que fez para a sua estrelinha.acabei agora de ver o voçe na tv,e fiquei impressionada e tambem emocionada com com as suas palavras qd falou do condutor do carro.mas concordo consigo todos andamos na estrada !!!!!!!!mas acho que sei onde foi arranjar forças para perdoar e nao guardar odio nem rancor .espero que continue sempre com essa força e numca desanime pois tem um anjinho lindo a olhar por si.muita força.

Aurelia disse...

Asua estrelinha ,brilha no ceu .MUITA FORCA

Anónimo disse...

Sr. Joaquim Santos vi o seu testemunho na TVI e fiquei impressionada com o seu depoimento,como tal vim ver o seu blog. Tenho um filho com 8 anos e felizmente não sei o que é perder um filho,mas deve ser uma dor terrível por isso desejo-lhe muita coragem para seguir em frente.
Adorei os seus textos e acredito que a Eduardinha lá em cima também.