COMO A PRÓPRIA EDUARDA DIZIA "MÃE TU ÉS A MINHA ESTRELA CINTILANTE"
AGORA PASSOU A SER A EDUARDINHA, A ESTRELA CINTILANTE QUE BRILHA BEM DO ALTO DOS CÉUS

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A sobreposição


A palavra sobreposição é algo que me assusta, desilude. Vejo este termo empregue, explorado na vida real do dia-a-dia, por vezes, pelas pessoas que julgava próximas, mais amigas ou solidárias.
O que me entristece nessa palavra é o desejo atroz de uns se quererem elevar aos outros. Até entendo que exista essa vontade, esse modo de estar entre rivais ou pessoas distantes do afecto, de projectos não comuns ou de ideologias diferentes.
Quando me cruzo com seres que no dia-a-dia vivem na proximidade, ou pelo menos conhecem a minha/nossa realidade, espanta-me mesmo assim constatar que em determinados momentos se sobrepõem ou pelo menos desejam isso, especialmente nos instantes em que são apreciados pela sociedade que nos circunda.
É exactamente nesses instantes que me desiludo. Nem é bem com as pessoas mas com a realidade atroz da sobreposição, porque uma das lições da vida que aprendemos quando a realidade da morte nos bate à porta, é o facto de pouco sermos ou quão grandes são as nossas limitações como seres humanos.
Depois, com a sobreposição de uns, sabemos que outros ficam na mó de baixo, tristes, enxovalhados ou humilhados. Não deveria ser assim. Talvez exista a oportunidade de ser exactamente nessa altura, naquele momento de alguma fragilidade de alguém que se conhece, que a poderemos ajudar, orientar e erguer. Ao invés, ainda carregam mais no seu ponto frágil, mostrando que se sabe ou se é muito mais que ele… Não entendo mesmo isto, a maldita sobreposição que teima em alastrar-se, numa sociedade cada vez mais desumana e com muitas lições no haver.
A sobreposição poderá existir sempre mas sei que são os que sobrepuseram que mais tarde ou mais cedo tomam consciência que afinal nada ganharam com esse modelo de vida. No final do tempo, dos nossos tempos, só uma coisa se sobrepõe a nós e esse será um momento inevitável. O chão que pisamos sobrepõe-se a toda uma vida humana que deveria ter existido com a noção de que na terra que tantos anos utilizamos deveria ter permanecido apenas um sentimento: Amor.
Esta é a minha parte de utopia porque vejo que cada vez mais o homem se sobrepõe a essa majestoso modelo de vida. E nós, tão pequenos e limitados que somos, só deveríamos deixar sobrepor o amor como único caminho possível na terra que pisamos…

2 comentários:

cakamei disse...

Olá Joaquim, Cristina
Que vcs continuem fortes e abençoados neste caminho da vida enquanto nela perdurar. Faz tempo que não escrevo,mas sempre estou a visitar o blog da Eduarda e me encho de reflexões cada vez que leio o que tu Joaquim escreves. Concordo com vc sobre a sobreposições que nós seres humanos fazemos em diferentes momentos da vida e nos esquecemos que viver na essência do amor nos torna seres mais completos e felizes. Quando evoluimos para essa percepção a nossa caminhada fica mais leve porque aprendemos a olhar para a essência de cada alma que transcede ao nosso corpo físico.Compartilhamos mais e o valor do que ostentamos como algo a colocar peso no que somos e valemos perde espaço e nos encontramos conosco aprendendo e evoluindo. Infelizmente percebo que a humanidade apesar de evoluir tem retrocedido cada vezmais no abandono, solidão e afeto,apesar de tão intensa era tecnológico. Mas ainda há esperança e acredito que um dia tudo aqui há de transformar.. Um grande abraço
Cakamei

Cida disse...

Que pena que seja só uma utopia, não é amigo?
Como seria bom se o Amor verdadeiro (assim mesmo, com A maiusculo), reinasse absoluto em todos os corações!...
Às vezes, nem os próprios cristãos seguem as palavras de Jesus Cristo, que dizia: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".

"Quem se humilha será exaltado, e quem se exalta será humilhado..."

Paz e Bem prá você e Cristina.

Um grande abraço.

Sua amiga de além mar,

Cid@