Texto feito na madrugada do dia 13 de Novembro para o Dia da Memória, evocado à Eduarda de Sempre, uma menina que se tornou estrela no dia 18 de Maio de 2006
Se algum dia te fizerem levantar e correr, procurando pelo, agora, impossível, sentirás uma dor intensa, que crescerá. Correrá uma lágrima. As seguintes formarão um rio. Verás que a memória reside aí, nesse preciso instante.
As memórias são momentos do passado. Todos temos memórias e todos seremos memórias.
Olha para trás ou para tudo o que te rodeia. Não corras, não passes o traço, lê os sinais, respeita quem te surge no caminho. Não vale a pena correr no teu Fórmula 1, naquela recta que estimula o velocímetro e a emoção de um acelerador leve.
Se algum dia te fizerem levantar e correr, aí sim, irás correr, mas para a tristeza e a dor. Só nesse momento verás que não vale a pena correr, porque não chegas a lado nenhum.
Pára. Olha para o mundo, vê quem está à tua esquerda e direita. De mansinho, avança, continuando a olhar. Vai devagar.
Se algum dia te vier à memória um ano, dois anos, três anos… Se algum dia conseguires ver à tua frente que não é bom correres para o nada, entenderás que viverás melhor e chegarás em segurança.
Concentra-te nesse vínculo da vida, a memória. Neste tempo presente, onde os sinais nos mostram cada vez menos memórias registadas, prostra-te sobre o olhar do Céu, sobre a luz de uma Estrela. Escuta o que ela te diz. Observa-a atentamente. Verás que essa estrela é tua amiga, talvez a tua memória. Nesse dia, pede-lhe que te faça entender que todos juntos poderemos tornar este mundo melhor.
Sorri para essa estrela e sente-a com intensidade. A luz que irradia, talvez te inspire para continuares esta jornada, marcada por memórias sem cor, desenho e escrita. A memória é feita de imagem, gravada no Ser de cada um, absoluta companheira de todas as horas.
Ainda é tempo. Trava, modera e pára. Ninguém quer ser esquecido. Todos queremos ser memória das gerações vindouras, especialmente dos que mais amamos. Mas é preciso entender o respeito pela Natureza. Deixa que ela opere, não sejas interveniente irresponsável.
Deixa que a memória surja no tempo certo. Não queiras ser interveniente, mas espectador atento. Não provoques a memória, porém, aceita-a quando ela chegar no seu compasso.
O Homem tem de aprender a não mexer, alterar ou mudar o rumo dos acontecimentos que não lhe compete operar.
Se nalgum dia te fizerem levantar e correr não o faças de qualquer modo ou feitio. Não chegarás a lado nenhum e se alguma vez chegares pode até nem ser pelos teus próprios meios… Poderás já ser uma memória.
Joaquim Santos
domingo, 16 de novembro de 2008
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2 comentários:
Por vezes não há palavras, apenas gestos...um beijinho...e um abraço apertado.
a memorias enesqueciveis... por favor portejam todos que amemos... porque o mundo se desfaz mun segundo apenas..... abraçinho apertado
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